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Gripe aviária escala nos EUA e leva Nova York a fechar mercados de aves vivas

Sete casos da doença foram confirmados na cidade; autoridades reforçam medidas de controle sanitário

 (Freepik/Freepik)

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César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 17h16.

A gripe aviária H5N1 continua se espalhando nos Estados Unidos, e Nova York é a mais nova área afetada. Nesta sexta-feira, 7, o estado determinou o fechamento temporário de mercados de aves vivas na cidade e em alguns subúrbios por uma semana, após a confirmação de sete casos da doença.

O vírus foi identificado em aves nos mercados do Bronx, Brooklyn e Queens, mas até o momento não há registros de casos humanos. A governadora de Nova York, Kathy Hochul, afirmou que não há risco imediato à saúde pública e que a medida tem caráter preventivo.

A ordem estadual determina que os mercados afetados esgotem seu estoque, realizem procedimentos de limpeza e desinfecção e permaneçam fechados por cinco dias após a sanitização.

A cepa H5N1 segue se espalhando entre aves selvagens, aves domésticas, vacas e outros animais —autoridades sanitárias recomendam que qualquer pessoa em contato com aves doentes ou mortas utilize proteção respiratória, ocular e luvas para evitar riscos.

Na quarta-feira, 5, autoridades americanas confirmaram que vacas leiteiras testaram positivo para uma variante do vírus da gripe aviária, que circula entre as aves e já causou casos graves em humanos.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA informou que o risco para a população em geral é baixo. No entanto, a agência confirmou 67 casos de gripe aviária em humanos no país, com sintomas leves, principalmente entre trabalhadores rurais expostos a aves doentes ou vacas leiteiras.

O primeiro caso fatal da doença nos EUA foi relatado no mês passado na Louisiana. A vítima, com mais de 65 anos e problemas médicos preexistentes, teve contato com aves doentes e mortas em um quintal, segundo autoridades de saúde.

Mais de 156 milhões de aves em todo o país foram afetadas pelo surto, principalmente em grandes operações agrícolas, que precisaram abater rebanhos inteiros.

Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), os casos da doença têm aumentado mês a mês. Em novembro, foram 7 milhões de aves infectadas; em dezembro, o número disparou para 18 milhões e, em janeiro, chegou a 23 milhões.

Preços dos ovos

Como consequência, os preços dos ovos nos EUA têm disparado, levando alguns supermercados a limitarem a quantidade que cada consumidor pode comprar.

Dados do USDA, divulgados nesta sexta-feira, mostram que o valor médio nacional para lotes de caminhão de ovos brancos tamanho grande subiu US$ 0,64, alcançando US$ 7,34 por dúzia.

Em Nova York, o preço de atacado para ovos cartuchos do mesmo tamanho aumentou US$ 0,32, chegando a US$ 7,95 por dúzia, mantendo a tendência de alta.

No Centro-Oeste, principal região produtora, os preços de atacado para ovos brancos grandes entregues a armazéns subiram US$ 0,44, atingindo US$ 7,47 por dúzia.

Na Califórnia, o preço de referência para ovos grande aumentou US$ 0,14, chegando a US$ 9,11 por dúzia, mantendo-se estável.

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