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Gripe aviária: disseminação nacional da influenza aviária em escala industrial, poderia ter um impacto negativo anual para a economia brasileira de R$ 21,7 bilhões (Kalinovskiy/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 12 de julho de 2023 às 15h50.
Última atualização em 12 de julho de 2023 às 15h58.
O Ministério da Agricultura informou, em atualização na plataforma oficial às 13h, que um novo foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP, vírus H5N1) em ave silvestre foi detectado no Brasil.
No total, há 62 casos da doença em aves silvestres no País e um foco em produção de subsistência, de criação doméstica. De acordo com o ministério, há outras cinco investigações em andamento, com coleta de amostra e sem resultado laboratorial conclusivo.
Das investigações em andamento, uma é em uma galinha de produção de subsistência em Rio Preto da Eva (AM).
As notificações em aves silvestres e ou de subsistência não comprometem o status do Brasil como país livre de IAAP e não trazem restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros, conforme prevê a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Como mostrou a EXAME nesta terça-feira, 11, a disseminação nacional da influenza aviária em escala industrial, poderia ter um impacto negativo anual para a economia brasileira de R$ 21,7 bilhões. A informação é de um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV-Agro), encomendando pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical). De acordo com a pesquisa, somente o agronegócio teria um prejuízo de R$ 11,8 bilhões — setor que perderia 26 mil postos de trabalho.
Os valores consideram perda total em produção, exportação, renda, salários, além da queda de R$ 1,3 bilhão na arrecadação de impostos, e da redução de R$ 3,8 bilhões na renda do brasileiro.
De acordo com o levantamento, para cada perda de R$ 100 no valor das exportações de carnes aviárias, o setor de comércio perderia R$ 11, ou seja, o impacto indireto negativo para varejistas e atacadistas chegaria a 11% do total em perdas para a cadeia aviária. Nessa linha, haveria também a redução de 8% na produção de rações animais, 6% no setor elétrico, 4% no transporte terrestre de cargas, dentre outros segmentos.