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Governo de São Paulo lança novos Fiagros de R$ 115 milhões com foco em biocombustíveis e logística

Novos Fiagros serão financiados pela Desenvolve SP, agência de fomento do estado, em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento

 (New Holland/Divulgação)

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César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 29 de abril de 2025 às 06h05.

RIBEIRÃO PRETO* O governo de São Paulo deve lançar dois novos Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro) na modalidade de direitos creditórios (FIDC), voltados para os setores de biocombustíveis, logística agroindustrial e agro sustentável. Juntos, esses fundos devem somar R$ 115 milhões. O anúncio será feito nesta terça-feira, 29, durante a 30ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).

Os novos Fiagros serão financiados pela Desenvolve SP, agência de fomento do estado, em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. O primeiro Fiagro-FIDC, no valor de R$ 60 milhões, será voltado para infraestrutura e biocombustíveis, enquanto o segundo, que está em fase de conclusão, deve receber mais R$ 55 milhões.

"Nosso objetivo é potencializar essas iniciativas, pois precisamos trazer novas fontes de financiamento para o setor, além do Plano Safra", afirma à EXAME o secretário estadual de Agricultura, Guilherme Piai.

Em 2024, a Secretaria da Agricultura já havia anunciado a captação de R$ 500 milhões para financiar produtores rurais via Fiagro. O primeiro aporte de R$ 50 milhões para a modernização da infraestrutura produtiva já foi realizado.

Os Fiagros-FIDC são fundos que investem em direitos creditórios do setor agroindustrial. O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) é um tipo de investimento coletivo em renda fixa, que capta recursos dos investidores para a compra de títulos de crédito de uma empresa.

Ao investir em um FIDC, o investidor antecipa pagamentos que uma empresa tem a receber — como vendas parceladas no cartão de crédito — e recebe seu dinheiro de volta com lucro, corrigido por uma taxa de juros.

"Esses investimentos em FIDCs já somam cerca de R$ 215 milhões em Patrimônio Líquido (para cada R$ 10 milhões da Desenvolve SP, R$ 8,4 milhões adicionais são 'chamados' dos cotistas privados), e estima-se que cerca de R$ 250 milhões sejam adicionados indiretamente pelos agentes financeiros envolvidos", afirma Jorge Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo.

Pequeno e médio produtor

A gestão paulista também deve anunciar R$ 110 milhões em linhas de crédito voltadas para o pequeno e médio produtor rural, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP).

Desse total, R$ 50 milhões serão destinados a uma nova linha de crédito, chamada Agromáquinas, em parceria com a Desenvolve SP, voltada para a aquisição de maquinários agrícolas por pequenos e médios produtores.

Além disso, R$ 40 milhões serão direcionados ao financiamento de sistemas de irrigação, enquanto R$ 20 milhões serão alocados no programa de Desenvolvimento Rural Sustentável.

Segundo Piai, o seguro rural deverá contar com um valor recorde de R$ 100 milhões para cobrir perdas causadas por eventos climáticos, como as queimadas em julho e agosto de 2024, que afetaram a produção agrícola no estado.

"O seguro rural também está muito defasado, mas estamos lançando um valor recorde agora, assim como fizemos no ano passado, com R$ 100 milhões. No ano passado, conseguimos mais de 21 mil apólices e alcançamos 85% dos municípios do estado de São Paulo", afirma o secretário de Agricultura.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta segunda-feira, 28, que deve anunciar a primeira obra do novo Programa de Logística Rural, que prevê a recuperação de mil quilômetros de estradas até 2026.

* O repórter viajou a convite da Bayer.

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