EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313
GOV. MT 500X313
Logo Engie preto
btgpactual-advisors_fc7f32

Glifosato: Países da UE não alcançam maioria para estender autorização ao uso

A Comissão Europeia, o braço Executivo da UE, propôs estender o uso do glifosato no bloco até dezembro de 2033; autorização expira em 15 de dezembro

"Basta de Glifosato!", diz um carta em um protesto contra o herbicida na cidade francesa de Rennes, em 12 de outubro de 2023 (AFP/AFP)

"Basta de Glifosato!", diz um carta em um protesto contra o herbicida na cidade francesa de Rennes, em 12 de outubro de 2023 (AFP/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 13 de outubro de 2023 às 11h54.

Os países da União Europeia (UE) não conseguiram, nesta sexta-feira (13), a maioria qualificada para prorrogar por 10 anos a autorização do uso do glifosato, e a questão será novamente colocada em votação em novembro.
A Comissão Europeia, o braço Executivo da UE, propôs estender o uso do glifosato no bloco até dezembro de 2033, embora a moção não tenha conseguido obter o apoio necessário para avançar.
Em uma sessão de votação a portas fechadas, a moção de renovação ficou aquém do mínimo de 15 países-membros, que representam pelo menos 65% da população do bloco.
Um porta-voz da Comissão Europeia, Stefan de Keersmaecker, disse nesta sexta-feira que uma “maioria suficiente” não foi alcançada.
Marc Fresneau, ministro da Agricultura da França, disse à AFP que a França se absteve na votação.
Embora os detalhes da votação desta sexta-feira não tenham sido divulgados, Áustria e Luxemburgo anunciaram que votariam contra a proposta, assim como a Alemanha.
Entretanto, Bélgica e Holanda anunciaram que iriam se abster.
Segundo fontes coincidentes, Suécia, Itália e Portugal estão entre os países favoráveis à renovação.
Desta forma, não obtendo o apoio necessário, a proposta será enviada ao Comitê de Apelações, onde deverá ser submetida a votação na primeira quinzena de novembro.

Corrida contra o relógio

A atual autorização do glifosato na UE, renovada em 2017 por cinco anos e depois prorrogada por mais um ano, expira em 15 de dezembro.
De Keersmaecker confirmou a apresentação do caso ao Comitê de Apelações.
"É preciso lembrar que a atual aprovação do glifosato expira em 15 de dezembro, e para nós é muito importante chegar a uma decisão (…) no máximo até 14 de dezembro", disse.
Segundo o porta-voz, até então a proposta pode ser modificada com contribuições dos países do bloco.
No caso de a proposta fracassar novamente, a Comissão Europeia poderá decidir por si própria a eventual prorrogação de 10 anos.
A proposta da Comissão de apoiar a prorrogação da autorização por uma década foi apoiada por um relatório elaborado por um regulador europeu, que estimou que o nível de risco não justificava a proibição da substância.
O glifosato, substância ativa de vários herbicidas, foi classificado em 2015 como “provável cancerígeno” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer.
No entanto, em julho deste ano, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos sustentou que não havia identificado quaisquer “áreas de preocupação crítica” nos seres humanos, nos animais e no meio ambiente que pudessem impedir a autorização do glifosato.
A entidade observou apenas “um alto risco a longo prazo em mamíferos” para metade dos usos propostos, e reconheceu que a falta de dados impediu uma análise definitiva.
A proposta da Comissão Europeia inclui salvaguardas, como o estabelecimento de “faixas de proteção” em torno das terras onde o glifosato é usado. Além disso, incentiva o uso de equipamentos que reduzam drasticamente a “deriva da pulverização”.
Se o uso da substância ativa for aprovado a nível da UE, cada Estado-membro continuará sendo responsável pela autorização de produtos que contenham glifosato, estabelecendo regras de uso com base em cultivos específicos, condições climáticas e características geográficas.
O grupo alemão Bayer, que fabrica o herbicida Roundup, expressou confiança de que "na próxima etapa, um número suficiente de membros apoiará a renovação da aprovação do glifosato".
Acompanhe tudo sobre:União EuropeiaAgrotóxicosAgronegócio

Mais de EXAME Agro

Dos Fiagros aos insumos: o que o pedido de RJ da Agrogalaxy pode representar para o agro

Como a agricultura regenerativa pode ajudar na descarbonização do planeta

Produção de etanol de milho deve atingir 15 bilhões de litros no Brasil até 2032, aponta Nature

La Niña deve chegar em outubro no Brasil; entenda o que é e como o país pode ser afetado