EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313
GOV. MT 500X313
Logo Engie preto
btgpactual-advisors_fc7f32

Gado barato e forte demanda nos EUA puxam receitas da Marfrig

As vendas líquidas da companhia na América do Norte deram um salto de 30%, para R$ 12,7 bilhões no primeiro trimestre fiscal, e o lucro bruto cresceu 75%

Marfrig (Paulo Whitaker/Reuters)

Marfrig (Paulo Whitaker/Reuters)

B

Bloomberg

Publicado em 13 de maio de 2021 às 20h45.

Última atualização em 14 de maio de 2021 às 02h35.

Fabiana Batista, da Bloomberg

A Marfrig Global Foods teve receita recorde impulsionada pela subsidiária americana National Beef, que está está se beneficiando pela combinação de ampla oferta de gado e recuperação da demanda por carne bovina.

A economia dos Estados Unidos se acelera com a flexibilização das restrições da pandemia e reabertura de restaurantes, o que resulta em maior consumo de carne bovina. Ao mesmo tempo, a oferta de gado nos EUA está em alta, porque a Covid-19 afetou o processamento e pecuaristas têm permitido que os animais se multipliquem no pasto.

Isso é positivo para frigoríficos como a National Beef. As vendas líquidas da Marfrig na América do Norte deram um salto de 30%, para R$ 12,7 bilhões no primeiro trimestre fiscal, e o lucro bruto cresceu 75%, para uma máxima histórica no período.

“As restrições de mobilidade já foram amenizadas nos EUA com a reabertura de restaurantes, e o consumo de carne para churrasco está aumentando”, disse Tim Klein, CEO da National Beef, quarta maior processadora de carne dos EUA. “Os preços da carne bovina estão subindo para atender a essas demandas.”

A National Beef registrou aumento das margens operacionais de 8,3% para 12%. Na segunda-feira, a Tyson Foods, maior empresa de carne dos EUA, divulgou margem recorde de 11% para a carne bovina.

“Os resultados podem continuar fortes no segundo trimestre”, disse o executivo. A National Beef respondeu por 73% da receita da Marfrig no primeiro trimestre.

Os resultados dos EUA ajudaram a compensar o desempenho mais fraco no Brasil, onde a situação é exatamente o oposto. O gado é cotado a preços recordes, e o consumo de carne pelos brasileiros é o menor em décadas. Isso tem comprimido as margens do setor.

As margens operacionais da Marfrig na América do Sul caíram 7,7 pontos percentuais, para 4,6% no primeiro trimestre, mesmo depois do aumento da produção da unidade no Uruguai em 10% e da venda de produtos mais caros, como hambúrgueres.

“Enquanto no Brasil o cenário é mais complexo, exportamos mais para a China, onde os preços aumentaram em meio à forte demanda”, disse o diretor-presidente da Marfrig, Miguel Gularte. Mesmo no Brasil, a maior oferta de gado em maio pode impulsionar o abate da empresa em 40% em relação a abril.

A Marfrig registrou lucro líquido de R$ 279 milhões no trimestre em relação ao prejuízo líquido de R$ 137 milhões há um ano. O Ebitda ajustado atingiu R$ 1,7 bilhão, superando a estimativa média de R$ 1,65 bilhão de analistas consultados pela Bloomberg. A receita também superou as estimativas.

Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o mercado. Assine a EXAME.

Acompanhe tudo sobre:AgropecuáriaCarnes e derivadosExame-AgroMarfrig

Mais de EXAME Agro

Produção de etanol de milho deve atingir 15 bilhões de litros no Brasil até 2032, aponta Nature

La Niña deve chegar em outubro no Brasil; entenda o que é e como o país pode ser afetado

Após renúncia de executivos, Agrogalaxy entra com pedido de recuperação judicial

Broto, do BB, anuncia Evaldo Gonçalo como novo CEO