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Fim do desmatamento na Amazônia até 2030 precisa de soluções articuladas e setores integrados

OPINIÃO | Imaflora promove a primeira formação executiva de lideranças voltada a alcançar a meta de desmatamento zero no bioma até o final da década

Embarcação no Rio Amazonas (Leandro Fonseca/Exame)

Embarcação no Rio Amazonas (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Piatto
Marina Piatto

diretora executiva do Imaflora

Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 14h45.

No ano de 2021, durante a COP26, o Brasil firmou, junto com mais 109 países, um compromisso para zerar o desmatamento até o final da década, denominado como a Declaração sobre Florestas de Glasgow. O esforço pelo fim do desmatamento na Amazônia tem, portanto, uma perspectiva temporal bem definida, com o ano de 2030 despontando no horizonte. Embora números positivos tenham sido confirmados logo no início deste ano, apontando uma redução de 50% na comparação com os índices de 2023 - taxa mais baixa desde 2018, ano em que foram registrados 4.951,4 km² de desmatamento, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) -, o caminho à frente ainda é longo.

Alcançar o desmatamento zero é possível, mas precisamos enfrentar inúmeras barreiras. Temos reforçado a compreensão de que tanto o poder público quanto o setor privado possuem inúmeras ações capazes de frear o desmatamento na Amazônia, faltando, contudo, uma gestão coordenada de tais propostas, para que possam crescer em escala e aumentar exponencialmente seu impacto.

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Para manter a floresta em pé, é necessário lançar mão de todas as oportunidades possíveis de diálogo, interação e ação. Com o engajamento de todos os setores, além de conhecimento partilhado e entendimento do que significa, de fato, erradicar o desmatamento, será possível contar com o apoio amplo da sociedade, inclusive de atores da agenda agroambiental, rumo ao alcance dessa meta.

Em busca de viabilizar essa solução, o CACUÍ (Centro de Aprendizagem e Cultura Imaflora) promove a primeira formação executiva de lideranças atuantes no judiciário, legislativo, executivo, setor privado e acadêmico, voltada a alcançar a meta de Desmatamento Zero na Amazônia até 2030. Intitulado de “G_DeZ”, o programa tem o objetivo de conectar e engajar atores capazes de liderar e apoiar ações de monitoramento, avaliação, planejamento e execução de políticas e iniciativas para alcançar essa meta.

Com encontros online e híbridos, entre os meses de março e outubro de 2024, o curso será conduzido por 30 das maiores referências ambientais do Brasil e do mundo, reconhecidos por sua atuação direta em programas de combate ao desmatamento, como Suely Araújo, Carlos Nobre, Thelma Krug, João Paulo Capobianco, Joênia Wapixana, Ricardo Abramovay, Tasso Azevedo, entre outros. Para além do alto conhecimento teórico e acadêmico dos facilitadores convidados, o G_DeZ adotará uma metodologia de aprendizagem prática e colaborativa, com base em experiências reais e institucionais.

Ao término da formação, os participantes irão produzir artigos analíticos sobre um eixo, um resultado ou uma ação do Plano de Prevenção e Controle dos Desmatamentos na Amazônia (PPCDAm), que serão publicadas durante a COP29 e compartilhadas com a sociedade em um evento público de encerramento do ciclo. Além disso, será criada a Rede de Líderes pelo Desmatamento Zero (ReDeZ), que deve atuar ativamente e de forma perene em políticas públicas e iniciativas privadas para o atingimento da meta na Amazônia até 2030.

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A troca de conhecimento entre atores experientes da agenda socioambiental é essencial para demonstrar que alcançar a meta de desmatamento zero é possível com a colaboração de todas as forças. Os contornos desse objetivo dependem de ferramentas que permitam a conexão entre líderes comprometidos com essa meta, em cada canto do Brasil, preparados para viabilizar soluções articuladas e resultados tangíveis.

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