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Exportadoras brasileiras pedem renegociação de dívidas com recorde de preço do café

Atlântica e Cafebras buscam renegociar dívidas enquanto preços do café disparam 70% em 2024, segundo informações da Bloomberg

Café arábica no mercado futuro registra alta histórica, pressionando exportadoras brasileiras. (Ricardo Mendoza Garbayo/Getty Images)

Café arábica no mercado futuro registra alta histórica, pressionando exportadoras brasileiras. (Ricardo Mendoza Garbayo/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 28 de novembro de 2024 às 07h47.

O aumento histórico nos preços do café arábica em 2024, com uma alta de mais de 70% no mercado futuro, está pressionando exportadoras brasileiras, levando duas empresas de destaque do setor a solicitar renegociação de suas dívidas. A Atlântica Exportação e Importação e a Cafebras Comércio de Cafés do Brasil, ambas integrantes do Grupo Montesanto Tavares, apresentaram à Justiça um pedido de período de carência de 60 dias para negociar com credores.

Esse pedido, de acordo com a Bloomberg, que evita um processo formal de recuperação judicial, foi confirmado pelo advogado das empresas, Daniel Vilas Boas. De acordo com o documento submetido ao tribunal, a Atlântica é descrita como uma das principais exportadoras de café arábica do Brasil, com 8% do mercado nacional.

A disparada nos preços, que atingiram o maior patamar em mais de quatro décadas, trouxe dificuldades financeiras significativas para as empresas. Exportadoras frequentemente utilizam o mercado futuro como proteção para suas operações, mas a volatilidade extrema do mercado gerou custos elevados devido às chamadas de margem.

“O aumento imprevisível nos preços visto em 2024 teve um impacto gigantesco em suas finanças, estressando ainda mais o fluxo de caixa com chamadas de margem constantes”, diz o documento apresentado à Justiça em 26 de novembro.

Apesar do cenário desafiador, a Atlântica e a Cafebras garantiram, em carta assinada por sua equipe de gestão, que continuam operando normalmente e expressaram otimismo quanto à superação da crise: “Reafirmamos nossa confiança em superar essas dificuldades.”

O estado de Minas Gerais, onde o Grupo Montesanto Tavares está baseado, é um dos maiores produtores de café do Brasil, desempenhando papel central nas exportações nacionais. O mercado futuro de café em Nova York segue em alta, refletindo o impacto de safras menores e o aumento da demanda global. O preço atual do café arábica, que superou recordes, impõe desafios adicionais às empresas do setor, que lidam com margens apertadas e necessidade de adaptação ao cenário econômico global.

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