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Café nas alturas: receita com exportações sobe 54% no primeiro trimestre de 2025, mas volume recua

EUA foram o principal destino das exportações de café do país no período

 (Gerado por IA/Freepik)

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César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 9 de abril de 2025 às 17h20.

Última atualização em 9 de abril de 2025 às 17h23.

As exportações de café do Brasil recuaram 11,3% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024, totalizando 10,707 milhões de sacas, mostram dados divulgados nesta quarta-feira, 9, pelo Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé). A queda está relacionada tanto à produção quanto a fatores logísticos, como explica Márcio Ferreira, presidente da entidade.

"É compreensível a redução no volume de embarques após um ano recorde em 2024 e três safras que não atingiram seu potencial produtivo total. Além disso, ainda enfrentamos gargalos logísticos nos portos do país", afirma Ferreira.

Por outro lado, a receita cambial aumentou 54,3% no período, alcançando US$ 3,887 bilhões. O crescimento reflete as cotações elevadas no mercado internacional, embora o cenário possa sofrer alterações por causa das políticas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus impactos na economia global, como destaca Ferreira.

"As bolsas de futuros têm registrado preços elevados há meses, devido à diminuição da oferta global, causada por extremos climáticos. No entanto, observamos um esfriamento do mercado, causado pelas incertezas que afetam todas as economias, resultando em quedas nos mercados, incluindo o de café", diz o executivo.

Países que mais compraram café

Os EUA foram o principal destino das exportações de café do Brasil no primeiro trimestre deste ano, com a importação de 1,806 milhão de sacas, o que representa 16,9% do total, embora tenha registrado uma queda de 11,7% em relação ao mesmo período de 2024.

A Alemanha ficou em segundo lugar, com 13,1% de participação, adquirindo 1,403 milhão de sacas (-19,3%). Em seguida, estão a Itália (800.318 sacas, -15,8%), o Japão (675.192 sacas, +10,1%) e a Bélgica (500.300 sacas, -60,9%).

No período, o café arábica foi a variedade mais comercializada pelo Brasil, com 9,012 milhões de sacas enviadas ao exterior, o que equivale a 84,2% do total. No entanto, houve queda de 2,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.

O café solúvel ocupou a segunda posição, com 977.605 sacas exportadas, representando 9,1% das exportações totais — o segmento teve um crescimento de 7,9% em relação aos três primeiros meses de 2024.

Já os cafés canéforas (conilon + robusta) somaram 703.168 sacas, representando 6,6% do total, com uma queda de 62,8%. Por fim, o café torrado e moído registrou 13.894 sacas exportadas, marcando um aumento de 46,1%, mas com uma participação de apenas 0,1% nas exportações totais.

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