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Exclusivo: Bauer Brasil prevê faturar R$ 500 milhões após crescer 180% com irrigação

Companhia da Áustria, no segmento de pivôs e carretéis de mangueira, acredita que o Brasil possa se tornar a maior unidade de negócios do grupo

Pivô: estrutura representa 20% de todo o sistema de irrigação (Mariana Grilli/Exame)

Pivô: estrutura representa 20% de todo o sistema de irrigação (Mariana Grilli/Exame)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 23 de novembro de 2023 às 15h30.

O Brasil é conhecido mundialmente por sua expansão territorial, aptidão agrícola e disponibilidade hídrica. Neste cenário, o mercado de tecnologia de irrigação vê no país a possibilidade de expansão, do pequeno ao grande negócio rural. É nesta onda que está surfando a Bauer do Brasil, filial da multinacional austríaca de mesmo nome, cujo crescimento foi de 180% em dois anos, sendo 95% das vendas referente a pivôs.  

“O pivô funciona como um seguro, o cliente que tem sabe que não vai ter risco de produtividade, pensando na média, pois consegue substituir a necessidade de chuva local. Hoje as terras estão caras e colocando um pivô você verticaliza a produção e eleva a valorização à terra”, diz Rodrigo Parada, Co-CEO da Bauer Brasil.  

De 2016 a 2021, a companhia investiu R$ 40 milhões em infraestrutura no país. Graças aos aportes, nos anos seguintes houve crescimento expressivo, segundo ele. Desde lá, foram investidos R$100 milhões, levando ao aumento de faturamento em mais de 180%. Em relação à receita, houve crescimento de R$150 milhões em 2021 para R$422 milhões em 2022.

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Para 2023, a meta é chegar nos R$ 500 milhões em faturamento, rumo a tornar o Brasil o principal mercado da companhia internacional.  

Distribuição geográfica

Com revendas presentes em 14 estados brasileiros, a atuação da Bauer do Brasil está estimada em cerca de 384,4 milhões de hectares – sobretudo onde há água. Neste cenário se destacam os estados de Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que juntos representam 51% do valor bruto da produção agropecuária. Rodrigo Parada atribui à distribuição geográfica a expansão da empresa. 

O negócio passou de 25 lojas em 2021 para 50 no ano seguinte e irá atingir 100 revendas até dezembro de 2023. Para 2024-2025, a companhia planeja investir mais R$ 40 milhões em uma loja no Mato Grosso do Sul, um novo prédio de escritórios, nova fábrica e máquinas.

“Na Bahia, ano passado, choveu bastante, e o cliente bem capitalizado está investindo e se preparando para o El Niño. O estado foi um dos principais mercados para irrigação no Brasil”, afirma Parada. A empresa tem um plano estratégico até 2028, com previsão de investir mais R$ 20 milhões em expansão fabril. 

Diversificação de produtos  

Em 2023, Rodrigo Parada diz que o número de vendas de pivô foi o mesmo em relação ao ano passado, mas o crescimento da empresa será de 30%. “Isso foi possível a partir do oferecimento de serviços, como outorga, conexão de bombas e tudo o que envolve a operação da irrigação”, afirma.  

Para o ano que vem, a aposta da companhia é esta diversificação de produtos, seguindo o exemplo da aquisição da Irricontrol, em 2019. A startup se tornou o braço tecnológico da empresa austríaca e registrou faturamento líquido de R$17 milhões em 2022. O objetivo é reforçar a fabricação de carretéis de mangueira, placas fotovoltaicas e apostar em sensores, plataformas e novos modelos de negócio.  

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A atuação majoritária da Bauer do Brasil está em soja, milho, algodão, sorgo, arroz e citrus, mas outros segmentos também estão no horizonte. Segundo Rodrigo Parada, o pasto irrigado é um mercado de alto potencial e pouco explorado. “É outro mercado que estamos olhando, inclusive em parcerias com a ABCZ [Associação Brasileira de Criados de Zebu”, afirma.  

Ele ainda cita a movimentação para atender Argentina, Bolívia, Peru, Colômbia, além do Paraguai, onde a companhia já possui uma loja. Na região de Chaco, Rodrigo Parada diz que possível desenvolver projetos, atendidos diretamente pela filial brasileira.  

“Estão demandando mais irrigação, não necessariamente somente pivô. E por uma questão de proximidade, cultura, idioma não faz sentido vir da Áustria, o Brasil vai concentrar isso”, afirma. 

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