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Etanol oscila, açúcar compensa e Copersucar lucra R$ 679 milhõs em 2022/23

Embora a mudança na tributação da gasolina tenha trazido desafios ao etanol, joint venture entre Copersucar e Vibra Energia equilibra negócio de biocombustível após investimento de R$ 378 milhões

Copersucar S.A: faturamento de R$ 69 bilhões, com lucro  líquido de R$ 679 milhões (Copersucar/Divulgação)

Copersucar S.A: faturamento de R$ 69 bilhões, com lucro líquido de R$ 679 milhões (Copersucar/Divulgação)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 20 de junho de 2023 às 16h23.

Última atualização em 20 de junho de 2023 às 16h25.

No ano passado, o mercado de etanol no Brasil foi impactado pela mudança na tributação dos combustíveis, causando reflexo direto à cana-de-açúcar no campo. Mesmo diante da instabilidade, uma estratégia de diversificação de portfólio contribuiu para a Copersucar S.A lucrar R$ 679 milhões na safra 2022/23, após faturamento de R$ 69 bilhões no período.

Segundo melhor resultado da empresa desde 2008, o desempenho aconteceu graças a um cenário de recuperação produtiva dos canaviais, alta produção de açúcar e o investimento na joint-venture Evolua Etanol, já considerada a maior comercializadora de etanol do Brasil.

A Copersucar S.A comercializa açúcar em todos os continentes, movimentando mais de 12 milhões de toneladas de açúcar por ano em mais de 40 países nas operações de compra e venda. Em relação ao etanol, na última safra, foram comercializados de 15 bilhões de litros.

Equilíbrio do etanol

Diante da desoneração da gasolina, sobretudo nos meses de junho, julho e agosto, a preferência pelo combustível fóssil foi maior na bomba. Ainda assim, no acumulado do ano safra, o etanol registrou consumo equivalente aos níveis pré-pandemia, isto é, 55 bilhões de litros de combustível comercializados.

"[A desoneração] aconteceu em julho, depois da safra de cana já começada, e isso afetou bastante o etanol que estava na bomba. O consumidor se virou para a gasolina e a gente viveu uma redução expressiva no consumo. Isso afeta mais o produtor e a usina do que Copersucar, que compra e vende a mercado", diz Tomás Caetano Manzano, presidente da Copersucar S.A.

Foi também em julho que começou a operar a joint venture Evolua Etanol -- resultado da parceria entre Copersucar S.A e Vibra Energia --, cujo investimento está atrelado aos R$ 378 milhões aportados para o calendário 2022/23. O restante dos investimentos foi direcionado à manutenção dos terminais no Brasil e Estados Unidos. A empresa tem, respectivamente, 30% e 10% do market share de etanol nos dois países.

A capacidade de moagem na região Centro-Sul do Brasil também contribuiu para o equilíbrio no rendimento do biocombustível, pois foi de 524 para 548 milhões de toneladas de cana, aumentando quase 5% na safra 2022/23.

Açúcar em alta

O incremento na produção de açúcar, em virtude de uma maior moagem e do direcionamento do mix das usinas para o produto, trouxe oportunidades positivas para as exportações, devido à quebra de safra na Europa e na Índia.

A Copersucar S.A. comercializou três milhões de toneladas de açúcar, registrando aumento de 7,1% no volume de exportações, em relação à safra anterior.

"Quando a gente compara a remuneração, na safra 2022/2023, a partir de julho, o açúcar remunerou mais que o etanol e essa tendência deve se manter para 2023/2024. As usinas já destinaram a produção para açúcar e fixaram parte do seu preço", afirma Manzano.

De acordo com ele, a companhia aumentou seu faturamento em quase 20 vezes ao longo de 15 anos, cujo crescimento também está atrelado à oferta de açúcar certificado. Houve incremento de 89% em relação ao período anterior.

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