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Promip: bioinsumo usado na lavoura. (Promip/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 27 de janeiro de 2023 às 16h57.
Última atualização em 27 de janeiro de 2023 às 17h38.
Com dinheiro em caixa e operações estruturadas, a Promip, especializada em defensivos biológicos, está a procura de um local certo para construir uma nova fábrica que deve dobrar a sua capacidade de produção de bioinsumos. O primeiro movimento começou no meio do ano passado, quando vendeu a divisão de serviços para o grupo francês Staphyt.
A companhia não releva valores, mas se desfazer desta parte da empresa deu o fôlego necessário para voltar todo a atenção do negócio para aquilo que sabe fazer de melhor: microbiológicos e macrobiológicos, como explica Marcelo Poletti, CEO e cofundador.
"Discutimos internamente que precisávamos focar na área de biológicos para crescer porque a unidade de serviços estava consumindo muitos recursos e esforços. Nos próximos dois meses queremos começar as obras e ter uma nova planta funcionando a partir de junho. Ela vai ficar no eixo entre Piracicaba e Engenheiro Coelho [interior de São Paulo]", diz.
Com a expansão, a expectativa é de que produção chegue a 200 toneladas de produtos por ano, sendo 120 toneladas apenas da nova fábrica. A ideia também é ampliar o portfólio de 12 marcas comerciais para, pelo menos, 20 no período de dois anos. A distribuição deve ficar em 80% para biodefensivos chamados microbiológicos (fungos, bactérias e vírus), e 20% de macrobiológicos (vespas, ácaros).
Este mercado de bioinsumos no Brasil cresceu 53%, de U$ 337 milhões para U$ 515 milhões na safra 2021-2022, de acordo com o último levantamento FarmTrak, da consultoria Kynetec.
Marcelo Poletti diz que outro grande desafio da empresa é investir em soluções aos produtores principalmente pensando na validade do produto, menor se comparado a agrotóxicos. "A durabilidade do produto é algo muito importante porque temos que transportá-los daqui de São Paulo para todas as regiões do Brasil onde há produção agrícola", afirma.
A expansão também passa pela contratação de pessoas. Antes da venda da unidade de serviços, a empresa tinha 120 colaboradores e passou a ter 60. Com a nova fábrica os funcionários devem chegar a 100, com contratações de áreas de gestão, regulatória e comercial.
Segundo dados técnicos da Embrapa, os bioinsumos "são os produtos ou processos agroindustriais desenvolvidos a partir de enzimas, extratos (de plantas ou de microrganismos), microrganismos, macrorganismos (invertebrados), metabólitos secundários e feromônios, destinados ao controle biológico".
Os bioinsumos são utilizados para a nutrição, para promover o crescimento de plantas, mitigar estresse bióticos e abióticos, e diminuir o uso de antibióticos. Como benefício, há uma lavoura mais sustentável, com menor emissão de gases do efeito estufa e menos poluição.
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