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Empregos no agro: número de mulheres e vagas formais cresce em 2023

Setor tem mais de 28,1 milhões de trabalhadores, o maior número desde 2012. Renda dos empregados subiu acima da média nacional

Emprego no agro: em relação ao 1º trimestre de 2022, os empregos de nível médio avançaram 4,4% nos primeiros três meses deste ano, enquanto os de nível superior cresceram 3,9% (Nastasic/Getty Images)

Emprego no agro: em relação ao 1º trimestre de 2022, os empregos de nível médio avançaram 4,4% nos primeiros três meses deste ano, enquanto os de nível superior cresceram 3,9% (Nastasic/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 30 de agosto de 2023 às 11h42.

O número de pessoas trabalhando no agronegócio brasileiro ultrapassou 28,1 milhões pela primeira vez desde 2012. A alta é puxada, principalmente, pelo crescimento dos agrosserviços, como comércio e transportes. O agro ainda registrou no primeiro trimestre do ano um aumento nos empregos formais, na presença de mulheres e na renda dos empregados

Já a participação no total da população ocupada do Brasil foi de 27%, igualando o registrado no 1º trimestre de 2020. Os dados são de um levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). 

Nos primeiros três meses de 2023, o total de pessoas ocupadas no agro subiu 0,9% em relação à mesma época de 2022 (+237 mil) – no período, o Brasil registrou alta de 2,5% (+2,5 milhões) neste indicador. Comparado ao último trimestre do ano passado, porém, o agronegócio cresceu 1% (+228 mil), enquanto o país teve queda de 1,5% (-1,5 milhão).

Os pesquisadores atribuem o aumento de vagas no agronegócio à geração de 616 mil postos de trabalho em serviços – acréscimo de 6,7% comparado ao 1º trimestre de 2022. A análise é de que a sequência de safras recordes exige maior suporte para atividades como transporte, armazenagem e comércio.

Por outro lado, na agropecuária, o levantamento feito a partir de dados do IBGE aponta uma redução de 5,2% nos empregos – 456 mil vagas – ao comparar o 1º trimestre deste ano e o de 2022. As principais quedas ocorreram nas lavouras, no cultivo de cereais (arroz, trigo e outros), na horticultura e nas produções de laranja, fumo e bovinos.

Mais vagas com carteira assinada

O estudo de Cepea e CNA indica ainda um crescimento nos empregos com carteira assinada no agro brasileiro. O aumento foi de 6,1% (+532,1 mil) em relação ao 1º trimestre de 2022 e 2,1% (+192,4 mil) em relação ao 4º trimestre de 2022. 

Também subiram as contratações de pessoas com mais instrução. Em relação ao 1º trimestre de 2022, os empregos de nível médio avançaram 4,4% (+450,2 mil) nos primeiros três meses deste ano, enquanto os de nível superior cresceram 3,9% (+156,7 mil). 

Mulheres ganham espaço no setor

A participação feminina no agronegócio ficou maior no 1º trimestre de 2023. O crescimento foi de 1,3% comparado ao mesmo período do ano passado (+139,9 mil) – já o aumento no número de homens trabalhando no setor foi de 0,6% (+97,1 mil). 

De acordo com o levantamento, o agro brasileiro conta com 10,7 milhões de mulheres entre a população ocupada (38,07%). Os homens ainda são maioria (61,93%), totalizando 17,4 milhões.

As mulheres do agronegócio representam 23,41% do total de mulheres trabalhando no Brasil, aponta o estudo. Já os homens que atuam no agro correspondem a 29,8% do total de homens na população ocupada no país.

Renda cresce acima da média nacional

A pesquisa ainda mapeou a variação de renda dos empregados assalariados e indicou que houve alta em todos os segmentos do agronegócio, com destaque para insumos (+9,4%) e setor primário agrícola (+8,1%), que inclui a produção de grãos, frutas e produtos de agricultura, floresta, pecuária e pesca. 

O avanço dos salários do agro (+5,9%) foi pouco acima do observado no Brasil (+5,4%), na comparação entre o 1º trimestre de 2023 e o de 2022. Entre os empregados do setor, o valor médio ficou em R$ 2.279, enquanto em nível nacional chegou a R$ 2.720.

Comparando os rendimentos reais do 1º trimestre de 2023 e do último trimestre de 2019, antes da crise do coronavírus, os pesquisadores destacam que, em nível nacional, os salários dos empregados estão praticamente no mesmo patamar pré-pandemia (-0,6% no período). Já no agronegócio, na mesma avaliação, houve um ganho salarial de 2,6%.

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