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É hora de recuperar prejuízos e retomar participação nos EUA, diz setor de café

Segundo Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o novo corte no "tarifaço" dá um novo fôlego ao setor

Publicado em 20 de novembro de 2025 às 19h30.

Última atualização em 20 de novembro de 2025 às 19h35.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 20, que irá retirar as tarifas de 40% impostas sobre alguns produtos brasileiros — incluindo o café. As alterações, segundo os EUA, entrarão em vigor em relação às mercadorias importadas para consumo, ou retiradas do armazém para consumo a partir do dia 13 de novembro.

Segundo Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o novo corte no "tarifaço" pode dar ao setor um novo fôlego. "Agora, é hora de recuperar os prejuízos. E a gente consegue ainda recuperar espaço nos blends, o que para nós é muito importante", afirma em entrevista à EXAME. "É difícil compensar todos os prejuízos, mas o que estamos buscando agora é recuperar a participação das principais marcas. Ano que vem poderíamos ter uma taxa maior e seria um prejuízo incalculável", diz.

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) afirmou que "a reversão reforça a estabilidade do comércio internacional e mantém condições equilibradas para todos os países envolvidos".

Carnes e café: veja os produtos que foram isentos das tarifas de Trump

Além de ser o maior produtor mundial de café, o Brasil responde por 30% do market share no mercado americano, segundo dados do Departamento de Estatísticas dos EUA. O país é o principal fornecedor do grão — especialmente do tipo arábica. Em 2024, 83% do café importado pelos EUA era arábica.

No ano passado, os EUA representaram 16,1% de todas as exportações de café do Brasil, o que correspondeu a cerca de US$ 2 bilhões em receita.

O setor de café brasileiro

De agosto a outubro deste ano, as exportações de café do Brasil para os EUA caíram 51,5% em comparação ao mesmo período de 2024, para 984 mil sacas de café.

Apesar do recuo nos últimos três meses, os EUA permanecem como o maior importador de café brasileiro no acumulado dos 10 primeiros meses de 2025, com 4,711 milhões de sacas. O volume representa uma queda de 28,1% em relação ao mesmo período de 2024, e corresponde a 14% dos embarques totais deste ano, mostram dados do Cecafé.

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