EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

'Devemos tratá-los como nos tratam', diz governador do MT após decisão do Carrefour

Uma nota conjunta também foi assinada por entidades do agronegócio brasileiro como CNA, Abiec, ABPA, ABAG, SRB e a Fiesp

Mauro Mendes, governador do Mato Grosso, em painel no evento de infraestrutura da Exame  (Eduardo Frazão/Exame)

Mauro Mendes, governador do Mato Grosso, em painel no evento de infraestrutura da Exame (Eduardo Frazão/Exame)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 18h41.

Responsável pelo maior rebanho do Brasil, com 34,1 milhões de cabeças de gado, e líder no segmento de pecuária de corte, o estado do Mato Grosso, por meio do governador Mauro Mendes, sugeriu um boicote à rede de supermercados Carrefour.

A proposta veio após o CEO global da rede, Alexandre Bompard, anunciar, na quarta-feira, 20, que o Carrefour França deixará de comprar carne dos países do Mercosul.

“Respeitamos o direito do Carrefour de selecionar os seus fornecedores. Entretanto, nós, brasileiros, também temos o direito de comprar de quem quisermos. Se o Brasil não serve para vender carne para eles, então essa empresa não deveria ser bem vista aqui”, afirmou Mendes.

A decisão do Carrefour gerou repercussão internacional. Tanto o governo brasileiro quanto entidades do setor pecuário criticaram a medida, classificando-a como uma ação “protecionista”.

Uma nota conjunta foi assinada por organizações como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

“Se não serve para abastecer o Carrefour na França, não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país”, declararam as entidades na nota.

O anúncio do Carrefour intensificou a pressão francesa contra o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que já enfrenta crescente resistência e parece cada vez mais distante de ser concretizado.

Além da oposição do governo do presidente Emmanuel Macron, produtores agrícolas franceses têm intensificado os protestos contra o acordo.

Nesta semana, agricultores realizaram manifestações contra a assinatura do tratado, prevista para 6 de dezembro, segundo o ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil, Carlos Fávaro, na terça-feira, 19.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, também criticou a decisão, afirmando que ela contraria os esforços do governo francês para fortalecer as relações com o bloco.

“Tal medida protecionista é injustificada e representa um desserviço aos produtores do bloco, que seguem os mais rígidos padrões de qualidade e sustentabilidade”, declarou Alban em nota.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaMato GrossoCarnes e derivadosFrançaEmmanuel MacronAcordo UE-Mercosul

Mais de EXAME Agro

Bancada do agro se articula para derrubar veto de Lula sobre tributação de Fiagros

Açúcar atinge menor preço em quatro meses, mas mercado ainda prevê riscos

Exportações de suco de laranja amargam no primeiro semestre da safra 2024/25

Os 3 motivos que fazem o Santander apostar suas fichas na SLC Agrícola