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Crise de energia eleva produção de etanol e pressiona açúcar

O açúcar atingiu a maior cotação em quatro anos em outubro enquanto a escassez de energia abalava os mercados de commodities

 (Meaghan Skinner Photography/Getty Images)

(Meaghan Skinner Photography/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 1 de novembro de 2021 às 13h53.

Última atualização em 1 de novembro de 2021 às 15h06.

A crise energética global pressiona o mercado de açúcar com os maiores exportadores mundiais convertendo mais cana em etanol.

O açúcar atingiu a maior cotação em quatro anos em outubro enquanto a escassez de energia abalava os mercados de commodities, afetando a produção de vários produtos, de magnésio a tomates. Com o salto dos preços dos combustíveis, Brasil e Índia devem produzir mais etanol a partir da cana-de-açúcar, o que deve manter a oferta da commodity apertada.

“Esses são os dois grandes players no mercado de açúcar, e a pressão sobre eles para produzir mais etanol nos próximos 12 meses é favorável aos preços do açúcar”, disse John Stansfield, operador e analista do Group Sopex.

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O contrato ativo de açúcar branco negociado na ICE subia 1,2% em Londres na segunda-feira, levando a valorização deste ano para 22%. O açúcar bruto avançava 1,1% em Nova York. Ambos os contratos registraram forte alta em agosto, quando ficou claro que as geadas afetariam a safra brasileira deste ano.

Em São Paulo, os preços da gasolina na bomba chegaram a 6 reais por litro pela primeira vez no mês passado, aumentando a demanda por etanol como alternativa. As importações de gasolina pelo Brasil multiplicaram por mais de 10 no terceiro trimestre, para 42.000 barris por dia, segundo dados divulgados pela Petrobras em outubro.

“O mercado interno de etanol e o mercado internacional de açúcar disputam a cana brasileira”, disse Andy Duff, chefe de pesquisa de alimentos e agronegócios da América do Sul Rabobank, em entrevista por telefone de São Paulo. O petróleo acima de 80 dólares o barril criou um piso de cerca de 17 centavos de dólar por libra para o açúcar, disse.

Segundo maior exportador do mundo, a Índia planeja que o etanol responda por 20% da mistura de combustíveis para veículos até 2025, aproveitando o excesso de açúcar que inundou os mercados mundiais nos últimos anos.

Essa estratégia pode resultar em queda na produção de açúcar refinado no próximo ano, disse a Indian Sugar Mills Association (ISMA) na quinta-feira.

“O downsizing é algo lento, mas as estimativas da ISMA são um sinal tangível de que o processo começou”, disse Tobin Gorey, estrategista de commodities agrícolas do Commonwealth Bank of Australia em nota na sexta-feira.

As exportações de açúcar indiano podem cair mais da metade na temporada 2022-23 em relação aos 6 milhões de toneladas deste ano, disse a Engelhart Commodities Trading Partners em conferência recente.

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