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Crédito para o agro cai 5,6% no 2º trimestre de 2024, aponta boletim da Serasa

Queda pode estar relacionada ao aumento dos pedidos de recuperação judicial no setor agropecuário e ao crescimento da inadimplência, segundo birô de crédito

 (Freepik)

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César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 05h01.

Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 09h15.

As linhas de crédito para o agro registraram um recuo anual de 5,6% no segundo trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com dados do Boletim Agro da Serasa Experian, divulgados nesta segunda-feira, 9.

Na avaliação de Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, a retração pode estar relacionada ao aumento dos pedidos de recuperação judicial no setor agropecuário e ao crescimento da inadimplência no setor.

"A queda no segundo trimestre, além das notícias sobre a diminuição dos novos financiamentos nos primeiros meses da safra 24/25, pode refletir uma cautela devido ao aumento nas taxas de inadimplência, no número de recuperações judiciais e na deterioração do perfil financeiro dos aplicantes", afirma  Pimenta.

Crédito por região

O levantamento também mostrou que, no recorte regional, o Centro-Oeste teve destaque, com o maior volume de crédito concedido (R$ 17 bilhões), o maior valor por contrato (R$ 509 mil), o maior número de contratos por CPF (1,40) e o maior ticket médio por CPF (R$ 715 mil).

Em seguida, a região Sul registrou o segundo maior montante de crédito concedido, com R$ 15 bilhões. Além disso, a região liderou no número de novos contratos (106 mil) e no total de CPFs com contratos (82 mil).

O Sudeste, o Matopiba (composto pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o Nordeste Agro e o Norte ocuparam, respectivamente, o terceiro, quarto, quinto e sexto lugar, com volumes de crédito de R$ 9 bilhões, R$ 4,5 bilhões, R$ 2,3 bilhões e R$ 1,3 bilhão.

Os dados de crédito foram analisados com base em cerca de 9,8 milhões de pessoas físicas proprietárias de terras rurais, incluindo aquelas que contrataram financiamentos rurais ou agroindustriais — os dados foram extraídos do universo de pessoas físicas que autorizam o uso de suas informações no Cadastro Positivo e/ou que possuem registro de atividade como produtores rurais.

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