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Crédito ao produtor avança com uso de tecnologia, apontam especialistas

Novos modelos e players para o financiamento do agronegócio foram debatidos em um dos painéis do SuperAgro, promovido pela EXAME

Gabriel Motomura, head do BTG Pactual Empresas (à esquerda), Júlio César da Costa, CEO da Caramuru (centro) e Fabricio Pezente, CEO da Traive, em painel do SuperAgro, da EXAME (Hernan Muttoni/EXAME/Divulgação)

Gabriel Motomura, head do BTG Pactual Empresas (à esquerda), Júlio César da Costa, CEO da Caramuru (centro) e Fabricio Pezente, CEO da Traive, em painel do SuperAgro, da EXAME (Hernan Muttoni/EXAME/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2022 às 18h34.

Última atualização em 8 de abril de 2022 às 12h16.

Um dos motores da economia, o crédito é fundamental também para o agronegócio e para a produção no campo. A boa notícia é que, cada vez mais, o financiamento está se tornando mais acessível e em condições melhores, graças a novas soluções de tecnologia e ao uso de dados que permitem uma precificação mais assertiva dos riscos, além de uma demanda crescente de investidores de médio e longo prazo por meio do mercado de capitais.

Esse foi um dos destaques apontados por especialistas do setor no painel "Novos Modelos e Players para Concessão de Crédito e Financiamento do Agro", na segunda edição do SuperAgro, evento promovido nesta quinta-feira, dia 7, pela EXAME. Os patrocinadores do SuperAgro são TIM, Volvo e Prometeon.

O tema foi debatido por Gabriel Motomura, head do BTG Pactual Empresas, Júlio César da Costa, CEO da Caramuru Alimentos, e Fabricio Pezente, CEO e cofundador da Traive, com mediação do jornalista Marcelo Sakate, editor-chefe da EXAME Invest.

Há um ambiente favorável tanto no mercado bancário como no mercado de capitais, segundo os especialistas.

"Nós aumentamos bastante a participação do mercado de capitais [em relação ao total de recursos levantados] a partir de 2020, justamente para reduzir a dependência do sistema bancário e o risco de refinanciamento", contou César da Costa. Ele apontou que o principal instrumento tem sido a emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), incluindo o que é conhecido como CRA "verde", com metas para os princípios ESG (socioambientais e de governança).

No fim de 2021, a Caramuru levantou R$ 355 milhões com a emissão de um CRA "verde" com prazo de seis anos.

Motomura disse que, quando se trata de pequenos e médios produtores, há dois gargalos a serem superados: informação e logística. Mas isso está sendo superado em escala crescente. "O produtor na ponta hoje consegue saber, com uso de tecnologia, imagem por satélite etc., informações em tempo real como a evolução do plantio e a produtividade e se atende aos critérios ESG, por meio da rastreabilidade", apontou. E isso se reflete em melhores condições para quem para quem toma o crédito, diante da maior precisão na precificação dos riscos.

"Definitivamente, o crédito vai chegar na ponta com um custo mais barato", disse Pezente.

A Traive, explicou o empreendedor, é uma startup que atua com infraestrutura de tecnologia como data science e analytics para o crédito, atendendo principalmente empresas que fazem a originação do financiamento na ponta, como distribuidores, cooperativas e tradings, e fazendo a ponta com os grandes financiadores, como bancos.

Os especialistas apontaram ainda que as oportunidades são "enormes", dado o volume que é securitizado no mercado de capitais não chega a 10% da necessidade anual de financiamento. "Existe muito dinheiro para o investimento no agronegócio. O que falta é a ponte para dar segurança a quem está disposto a investir", afirmou o CEO da Traive.

E as perspectivas de curto prazo são muito favoráveis, dado o interesse crescente pelo setor, o que inclui o capital externo. "O venture capital está começando a olhar para o agronegócio brasileiro. Fintech faz sentido [para investimento], e fintech no agro faz mais sentido ainda quando estamos falando de quase 30% do PIB do Brasil", disse Pezente, citando o interesse de grandes fundos de VC estrangeiros para o segmento no país.

Assista abaixo ao debate no painel "Novos Modelos e Players para Concessão de Crédito e Financiamento do Agro":

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