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COP30: o que o agro brasileiro quer no maior evento climático do ano

Pela primeira vez conferência do clima contará a Agrizone, um espaço voltado para o agro

COP30: Agrizone abrigará aproximadamente 400 eventos, com painéis, exposições, experiências gastronômicas e culturais (Leandro Fonseca)

COP30: Agrizone abrigará aproximadamente 400 eventos, com painéis, exposições, experiências gastronômicas e culturais (Leandro Fonseca)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 7 de novembro de 2025 às 06h05.

Última atualização em 7 de novembro de 2025 às 06h38.

Será a primeira vez que uma edição da COP, o maior evento climático do ano, contará com uma área dedicada ao agronegócio. A Agrizone, como foi oficialmente batizada, é um projeto do governo brasileiro, liderado pela Embrapa e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com outras pastas, com um objetivo claro: mostrar como o setor pode ser um dos protagonistas na luta contra as mudanças climáticas.

"Precisamos ter uma visão convergente de que a agricultura é parte da solução para os desafios climáticos. Para isso, é essencial que a ciência seja incorporada nesse processo. Embora já tenhamos muitos avanços, ainda não temos tudo o que precisamos", diz Ana Euler, diretora de Inovação da Embrapa e responsável pelo desenvolvimento da Agrizone.

Segundo ela, a AgriZone será um espaço aberto a toda a sociedade, focado em diálogo, mas também em promover e dar visibilidade para tecnologias, soluções e boas práticas que contribuem para uma agropecuária com menos emissão de carbono e maior resiliência à mudança do clima.

"Temos muito a apresentar. Já contamos com vários produtos e tecnologias que podem ajudar a resolver esses problemas. O que é importante agora é que o produtor tenha conhecimento, acesso às novas tecnologias e financiamento adequado", afirma.

O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Na safra 2024/25, o país atingiu um recorde ao colher 350,2 milhões de toneladas de grãos, volume 16% superior ao ciclo 2023/24, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para a temporada 2025/26, o país pode superar essa marca.

A diretora da Embrapa diz que a COP é um momento único para reunir todos os envolvidos. Na Agrizone, diz ela, "teremos não apenas produtores, mas também representantes de ministérios e diversas partes interessadas, para discutir e apresentar essas soluções de forma integrada."

O espaço abrigará aproximadamente 400 eventos, com painéis, exposições, experiências gastronômicas e culturais, além de vitrines de soluções tecnológicas e práticas agroambientais de baixo carbono.

A programação inclui painéis e encontros que discutem desde políticas públicas de mitigação de emissões até experiências práticas de restauração produtiva e bioeconomia.

O homem do agro na COP30

Na missão de apresentar o agro brasileiro na COP30 está Roberto Rodrigues. Ex-ministro da Agricultura entre 2003 e 2006, Rodrigues foi nomeado enviado especial para a COP30 — parte de um seleto grupo de 29 líderes designados pela organização do evento.

"O objetivo é destacar como a tecnologia tropical brasileira, desenvolvida pelos nossos órgãos de pesquisa, foi fundamental para o crescimento extraordinário do agronegócio, promovendo, ao mesmo tempo, o desenvolvimento sustentável", afirma Rodrigues.

Segundo Rodrigues, com as atenções do mundo voltadas para a COP, este é o momento ideal para mostrar como o agronegócio, um dos pilares da economia brasileira, pode projetar sua imagem de forma positiva.

"Precisamos garantir que a imagem do agronegócio brasileiro não seja distorcida. É fundamental separar as práticas ilegais da atividade rural para evitar que a imagem do setor seja usada de forma negativa", diz.

Uma das bandeiras que Rodrigues quer levantar é sobre a importância do financiamento para a questão climática e também do agro. Segundo ele, sem dinheiro e investimento, resolver os desafios relacionados ao clima, fica só no campo das ideias.

"Não é possível transferir tecnologia sem crédito ou financiamento. Isso mostra a necessidade de o mundo financiar os países emergentes para poderem replicar e implementar os processos de tecnologia sustentável, como foi feito no Brasil. Para isso, é preciso adotar uma visão de financiamento e comércio mais livres e liberais", afirma.

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