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Consumo de café cai 16% no Brasil com alta nos preços

Vendas acumuladas caem 5,13% no primeiro quadrimestre, segundo dados da ABIC

Café: consumo diminuiu em meio à alta de preços (Tanja Ivanova/Getty Images)

Café: consumo diminuiu em meio à alta de preços (Tanja Ivanova/Getty Images)

Publicado em 22 de maio de 2025 às 11h23.

Última atualização em 22 de maio de 2025 às 20h16.

O café brasileiro ficou mais caro — e o peso no bolso dos brasileiros fez com que o consumo da bebida caísse cerca de 16%.

Dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) mostram que, em abril de 2025, as vendas de sacas de café no varejo registraram queda de 15,96% na comparação com abril de 2024.

O preço do café moído no Brasil, por sua vez, acumula alta de 80,2% nos últimos 12 meses até abril de 2025, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — a maior inflação registrada para o produto em um período de 12 meses desde a implantação do Plano Real, em 1994.

De xícara em xícara

O primeiro quadrimestre de 2025 começou com crescimento discreto: janeiro teve alta de 1,26% e fevereiro de 0,89% nas vendas frente aos mesmos meses do ano anterior.

Porém, março já indicou queda de 4,87%, que se agravou em abril, puxando a redução acumulada para 5,13%, passando de 5.010.580 sacas vendidas entre janeiro e abril de 2024 para 4.753.766 no mesmo período deste ano.

Além da queda no consumo, outro fator impactante é a alta nos preços médios do café no varejo.

Em abril de 2025, o preço por quilo variou de R$ 65,50 para o tradicional/extraforte até R$ 402,33 para cápsulas. As categorias de café solúvel, gourmet e tradicional/extraforte registraram aumentos expressivos em comparação com o ano passado, de 85,08%, 56,62% e 49,85%, respectivamente.

O abastecimento de matéria-prima para as indústrias passou de situação crítica no final de 2024 para uma oferta seletiva em fevereiro de 2025, o que indica dificuldades na obtenção de grãos de qualidade e disponibilidade.

Segundo Márcio Milan, vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), apesar das altas frequentes nos preços, "o café permanece essencial para os brasileiros", que chegam a substituir outros itens para não abrir mão do consumo da bebida.

O desafio do setor, segundo ele, é manter a qualidade e a essência do café nacional, garantindo que os consumidores continuem valorizando um produto produzido com excelência pelos cafeicultores brasileiros.

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