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Conab: alta do preço do tomate é destaque no mercado atacadista em abril

Segundo a Conab, apenas em Curitiba (PR) a alta não chegou a dois dígitos, ficando em 6,22%. Vitória, no Espírito Santo, foi o mercado que apresentou maior variação, passando de 50%

 (Getty Images/Reprodução)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de maio de 2021 às 15h39.

O aumento nos preços do tomate foi destaque no mercado atacadista no mês de abril. O fim da safra de verão, como esperado, ocasionou menores volume comercializados nos mercados, puxando os preços para cima na média do mês, informa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no 5º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta terça-feira, 18.

Segundo a Conab, apenas em Curitiba (PR) a alta não chegou a dois dígitos, ficando em 6,22%. Vitória, no Espírito Santo, foi o mercado que apresentou maior variação, passando de 50%.

A pesquisa da Conab considera as cinco itens (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do indicador de inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para a batata, nem a menor oferta do produto no mercado fez com que os preços se elevassem em abril, diz a estatal. As cotações do tubérculo, mais uma vez, apresentaram tendência de baixa, movimento que vem sendo observado nos mercados desde janeiro. Mas, em maio, a expectativa é que haja pressão de alta.

"Um dos fatores que podem influenciar na recuperação das cotações para o produtor é o encerramento da safra das águas e o início do fornecimento do produto a partir da safra das secas, que poderão estar ainda em ritmo lento", prevê a Conab.

O movimento de preços da alface, em abril, foi predominantemente de queda, em consequência da retração da demanda pelo fechamento de bares e restaurantes e pelas baixas temperaturas que reduzem o consumo de hortaliças cruas (frias). Para o mês de maio, a demanda continuará a exercer forte influência sobre os preços.

As variações de preço, díspares em abril, traduzem a atual fase da comercialização nacional de cebola. "Se por um lado a produção sulista, sobretudo a catarinense, vem demonstrando queda na sua oferta, por outro, a cebola do Nordeste (principalmente Bahia e Pernambuco) teve aumento em seus quantitativos", comenta Conab. Em abril, as importações do bulbo continuaram em crescimento.

Os preços da cenoura apresentavam-se com tendência decrescente desde janeiro até março e o desempenho da produção explicou essas quedas contínuas, sobretudo no que se refere às ofertas de Minas Gerais e Goiás, complementadas com as do Paraná, São Paulo Bahia e Distrito Federal. "Em abril, ocorreu o comportamento inverso para a produção, ou seja, a oferta foi aquém da registrada em março, pressionando os preços para cima", explica a Conab.

Frutas

No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).

No mês de abril, dentre as frutas analisadas, destaca-se a redução de preços para a banana, a maçã e o mamão e aumento das cotações da melancia em grande parte dos mercados atacadistas estudados.

Ocorreu queda de preços da banana na maior parte das Ceasas, aumento da oferta da banana nanica - Vale do Ribeira (SP) - e a queda da produção de banana prata - Janaúba (MG), em meio à demanda fraca decorrente da renda da população em queda e das restrições decorrentes da pandemia. As exportações ensaiaram uma melhora, notadamente para o Mercosul.

Houve queda da comercialização da laranja, conjugada à variação suave das cotações, tanto no sentido de alta quanto de baixa, mesmo em meio à aceleração da colheita das laranjas precoces no cinturão citrícola, à queda da demanda e dos efeitos da pandemia sobre o comércio. As exportações se aceleraram e há boas perspectivas por causa de quebra de safra na Flórida.

O mês de abril foi marcado pela continuidade da queda de preços da maçã e aumento da oferta nas regiões produtoras, com a intensificação da colheita da variedade fuji. Houve controle da oferta para o atacado, com o uso de câmaras frias para guardar a produção e fazer frente à fraca demanda no varejo. As exportações tem sido uma boa opção para médios e grandes produtores.

No mercado de mamão, houve aumento da produção, principalmente da variedade papaya capixaba e baiana, que não foi tão absorvida no atacado porque a demanda continuou fraca. Perdas foram registradas em regiões produtoras, além de queda na rentabilidade dos produtores. As exportações se consolidaram como boa opção aos produtores, mesmo com os obstáculos trazidos pela pandemia.

O mês de abril registrou queda da oferta de melancia, aliada à alta de preços na maioria das Ceasas, em decorrência da menor colheita nas principais regiões produtoras no mês (regiões paulistas e do sul baiano). "Isso ocorreu mesmo com restrições de renda e de demanda, além de impedimentos para a abertura de comércios em alguns centros, com o intuito de combater a pandemia", conclui a Conab.

O podcast SuperAgro vai ao ar todas às quartas-feiras com os principais desafios e oportunidades do agronegócio, com apresentação de Carla Aranha, repórter de macroeconomia da EXAME. Clique aqui para ver o canal no Spotify, ou ouça em sua plataforma de áudio preferida, e não deixe de acompanhar os próximos programas

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