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Com produtividade melhor, soja brasileira deve atingir 167,7 milhões de toneladas, estima Abiove

Entidade, que representa o setor exportador no país, projeta recorde e crescimento de 9,4% do grão brasileiro em 2025

Colheita de soja (CNA/Senar/Divulgação)

Colheita de soja (CNA/Senar/Divulgação)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 19 de novembro de 2024 às 12h03.

Última atualização em 19 de novembro de 2024 às 12h20.

O Brasil deve colher 167,7 milhões de toneladas de soja em 2025, registrando um aumento de 9,4% em relação à safra anterior, de acordo com a primeira estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), entidade que representa o setor exportador do país.

Segundo a entidade, a produtividade média projetada para 2025 é de 3.615 kg/hectare, retornando as produtividades históricas, influenciada pelas condições climáticas. Com esse desempenho, o Brasil poderá exportar 104,1 milhões de toneladas de soja, um crescimento de 5,9% em relação a 2024.

O processamento de soja no país deverá atingir 57 milhões de toneladas, representando uma alta de 4,6% em comparação a 2024.

O avanço deve impulsionar a produção de farelo de soja, com projeção de 44 milhões de toneladas (+5,5%), e de óleo de soja, estimado em 11,4 milhões de toneladas (+3,6%).

Os embarques de farelo de soja deverão atingir 22,9 milhões de toneladas, um aumento de 3,6%, enquanto a exportação de óleo de soja deve registrar uma queda de 23,1%, com volume estimado em 1 milhão de toneladas.

O recuo no óleo exportado ocorre em meio à expectativa de aumento no percentual de mistura de biodiesel no diesel, de 14% para 15%, por causa da aprovação da Lei do Combustível do Futuro, que deve fortalecer o mercado doméstico.

A alta na produção reflete o crescimento do esmagamento de soja, que segue como motor para a expansão dos volumes de farelo, utilizado na ração animal, e de óleo de soja, essencial para os setores de biodiesel e alimentação.

Safra 2024/25

As projeções da Abiove, embora ligeiramente superiores a algumas estimativas, estão alinhadas com análises de mercado que também preveem uma safra recorde de soja para o Brasil.

Na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou sua última projeção, apontando para uma produção de 166,14 milhões de toneladas de soja no país.

Além disso, o órgão estimou a safra total de grãos brasileira em 322,53 milhões de toneladas, representando um aumento de 8,2% em relação à temporada 2023/24, ou 24,6 milhões de toneladas a mais.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de soja brasileira pode chegar a 169 milhões de toneladas, reforçando as expectativas de recorde.

As atenções do mercado continuam voltadas para as condições climáticas e o andamento do plantio da safra brasileira. Apesar do atraso inicial em estados como Mato Grosso e Paraná, causado pela seca, as recentes chuvas aceleraram o ritmo de plantio.

Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA (NOAA), há uma probabilidade de 57% de que o fenômeno climático La Niña se desenvolva até dezembro deste ano, permanecendo ativo entre janeiro e março de 2025.

O La Niña é conhecido por reduzir a quantidade de chuvas e intensificar períodos de seca, o que pode impactar diretamente as colheitas em diversas regiões do mundo.

O ciclo entre La Niña, El Niño e a fase neutra costuma durar entre dois e sete anos, sendo um fator determinante para o desempenho agrícola global.

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