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Com alta nos preços dos ovos, Lula promete reunião para tentar reduzir valor

Presidente disse nesta quinta-feira que preço da proteína está "um absurdo"

Brasília (DF), 20/01/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da reunião Ministerial, na Residência oficial da Granja do Torto Foto: Ricardo Stuckert/PR (Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil)

Brasília (DF), 20/01/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da reunião Ministerial, na Residência oficial da Granja do Torto Foto: Ricardo Stuckert/PR (Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 09h16.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2025 às 09h49.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira, 20, que o preço do ovo está "um absurdo" e que pretende se reunir com atacadistas para reduzir o valor do produto.

"Eu sei que o ovo está caro. Quando me disseram que está R$ 40 a caixa com 30 ovos, é um absurdo. Vamos ter que fazer uma reunião com atacadistas para discutir como podemos reduzir esse preço. O fato de estarem vendendo produtos em dólar, que está alto, não significa que precisam aplicar no Brasil o mesmo preço que exportam", disse o presidente em entrevista à Super Rádio Tupi, no Rio de Janeiro.

A redução na oferta de ovos, aliada ao aumento da demanda pela proteína e à alta nos custos de produção, fez os preços dispararem nos últimos dias. Na parcial de fevereiro, até o dia 14, o preço médio da caixa com 30 dúzias de ovos tipo extra branco em Bastos — principal região produtora do estado de São Paulo — subiu 36,5% em relação a janeiro, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP.

Preço dos alimentos

Lula também afirmou que a alta no preço dos alimentos foi causada por problemas climáticos, como excesso de sol e chuvas, mas acredita que os valores devem recuar. "O preço vai baixar. Tenho certeza de que vamos conseguir fazer com que ele volte a um nível compatível com o poder aquisitivo do trabalhador", disse.

A expectativa do governo é de que o país tenha uma safra recorde de grãos na temporada 2024/25. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve colher 322 milhões de toneladas na atual safra. "2025 será o ano da grande colheita do país", afirmou o presidente.

A alta dos preços dos alimentos tem sido apontada por interlocutores do governo como um dos principais fatores para a queda de popularidade de Lula. No mês passado, o presidente criou um comitê para monitorar os preços dos alimentos.

Em 2024, os alimentos registraram uma alta média de 7,69%, acima da inflação oficial do país, que ficou em 4,83%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O grupo Alimentação e Bebidas teve um impacto significativo, contribuindo com 1,63 ponto percentual (p.p.) para o IPCA do ano.

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