Plantio da soja no BR: Mato Grosso havia plantado 47,8% da soja, enquanto o Paraná registrava 47,3, diz AgRural (Freepik/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 10h51.
O plantio da soja no Brasil segue em ritmo acelerado. Até quinta-feira, 16, cerca de 24% da área estimada para a safra 2025/26 já havia sido semeada, segundo levantamento da consultoria agrícola AgRural. O índice representa um avanço de 10 pontos percentuais em relação à semana anterior e supera os 18% registrados no mesmo período do ano passado.
Segundo a AgRural, o progresso da semana passada foi impulsionado por chuvas que chegaram em momento oportuno aos três estados do Centro-Oeste, onde a área plantada dobrou em apenas uma semana. Com o aumento da umidade, a semeadura avançou ainda mais em Mato Grosso, que, pela primeira vez nesta safra, superou o Paraná, assumindo a liderança no plantio entre os estados.
"Nas últimas duas semanas, as chuvas começaram a ficar mais frequentes em Mato Grosso, e agora o estado puxa o ritmo do plantio. Apesar dos volumes variados e da distribuição irregular das chuvas, os produtores do MT têm avançado onde há umidade", afirma Adriano Gomes, analista da AgRural.
Até o momento, Mato Grosso havia plantado 47,8% da soja, enquanto o Paraná registrava 47,3%. "O plantio só não está mais acelerado no MT devido à irregularidade das chuvas", diz Gomes.
A umidade no solo durante o plantio garante a germinação adequada das sementes, favorece o desenvolvimento inicial das raízes e a saúde das plantas, prevenindo problemas como a podridão de raiz, que pode levar à morte das lavouras.
O Brasil deve renovar o recorde alcançado na produção de soja em 2024/25 e deve atingir 177,6 milhões de toneladas na atual temporada, segundo o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Embora o plantio ainda esteja no início, a atenção se volta para a possível chegada do La Niña ao Brasil, já que a confirmação do fenômeno climático pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) pode afetar os números de semeadura.
Durante o La Niña, a temperatura do Oceano Pacífico tropical fica abaixo da média, provocando chuvas mais intensas na Ásia e condições mais secas em algumas regiões da América do Sul.
Nesse contexto, o foco recai novamente sobre o Rio Grande do Sul, um dos principais produtores de soja do país.
“Os modelos já indicavam um cenário de déficit de umidade no Sul, o que pode gerar períodos de estiagem. Mas as consequências desses fenômenos estão sempre sujeitas a pequenas variações”, explica Willians Bini, meteorologista e Head de Novos Negócios da Metos Brasil.
Segundo a AgRural, até o momento a safra começou bem, com excesso de chuvas no Sul e falta de precipitação mais regular no Cerrado.