EXAME Agro

Com alta nos preços dos ovos, EUA confirmam 1º caso humano de gripe aviária transmitida por gado

Paciente teve conjuntivite leve e está em recuperação; variante D1.1 segue se espalhando entre gado leiteiro

 (Freepik/Freepik)

(Freepik/Freepik)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 11h15.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2025 às 13h53.

A gripe aviária nos Estados Unidos segue escalando. Nesta terça-feira, 11, o Distrito de Saúde Central de Nevada (CNHD) confirmou o primeiro caso humano de gripe aviária H5N1 no estado, transmitido por gado leiteiro — o paciente é um trabalhador rural exposto a vacas doentes em uma fazenda no Condado de Churchill.

Segundo o CNHD, a única manifestação da infecção foi uma conjuntivite, e o paciente está em recuperação. “Embora o risco à saúde pública permaneça baixo, pessoas que trabalham com aves, gado ou têm exposição recreativa a esses animais enfrentam um risco maior”, afirmou o centro em comunicado.

Contatos próximos e outras pessoas potencialmente expostas estão sendo monitorados, recebendo equipamentos de proteção individual e antivirais. Até o momento, não há indícios de transmissão entre humanos.

O relatório não especificou o genótipo do vírus no paciente, mas casos recentes no Condado de Churchill identificaram a variante D1.1, uma nova cepa do H5N1 detectada no gado. Essa variante é diferente do B3.13, ligado a surtos anteriores. O vírus D1.1 circula amplamente entre aves migratórias selvagens e já foi associado a doenças graves em humanos.

Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) mostram que, desde o início de 2024, 68 pessoas foram contaminadas com o vírus nos EUA. Desse total, 41 são trabalhadores de laticínios.

Ainda segundo o CDC, o risco para a população em geral continua baixo. No entanto, o primeiro caso fatal da doença foi relatado no mês passado, na Louisiana. A vítima, com mais de 65 anos e problemas médicos preexistentes, teve contato com aves doentes e mortas em um quintal, segundo autoridades de saúde.

Até o momento, 962 casos de infecção em gado foram confirmados, sendo 739 na Califórnia e 7 em Nevada.

Preços dos ovos disparam

A gripe aviária já levou o governo dos EUA a abater cerca de 100 milhões de galinhas. Como consequência, os preços dos ovos no país dispararam, e alguns supermercados passaram a limitar a quantidade que cada consumidor pode comprar.

Dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), divulgados na última sexta-feira, 7, mostram que o valor médio nacional para lotes de caminhão de ovos brancos tamanho grande subiu US$ 0,64, alcançando US$ 7,34 por dúzia.

Em Nova York, o preço de atacado para ovos em cartucho do mesmo tamanho aumentou US$ 0,32, chegando a US$ 7,95 por dúzia, mantendo a tendência de alta.

No Centro-Oeste, principal região produtora, os preços de atacado para ovos brancos grandes entregues a armazéns subiram US$ 0,44, atingindo US$ 7,47 por dúzia.

Já na Califórnia, o preço de referência para ovos grandes aumentou US$ 0,14, chegando a US$ 9,11 por dúzia, mantendo-se estável.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioGripe aviáriaEstados Unidos (EUA)Donald TrumpBois

Mais de EXAME Agro

Trump ameaça vetar óleo de cozinha da China se país não retomar compra de soja dos EUA

Em crise por tarifaço, agro dos EUA quer aumento para 15% na mistura do etanol

BNDES aprova R$ 1,6 bilhão para afetados pelo tarifaço dos EUA

A aposta de R$ 8 bilhões da Copersucar no biometano nos próximos 10 anos