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CNA prepara ofensiva contra Carrefour e empresas francesas por criticarem agronegócio brasileiro

Segundo nota emitida pela entidade, a atitude das companhias "procuraram mostrar uma imagem de que a carne que estamos colocando na Europa não é uma carne de qualidade"

 (CNA/Senar/Divulgação)

(CNA/Senar/Divulgação)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 26 de novembro de 2024 às 18h07.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) anunciou nesta terça-feira, 26, que vai adotar medidas junto ao bloco europeu contra o Grupo Carrefour e demais empresas francesas.

A ação vem após o CEO do Carrefour, da Tereos e o grupo varejista francês Les Mousquetaires criticarem o acordo Mercosul-União Europeia e o agronegócio brasileiro.

Segundo nota emitida pela entidade, a atitude das companhias "procuraram mostrar uma imagem de que a carne que estamos colocando na Europa não é uma carne de qualidade".

"Diante dessa acusação, nos vimos obrigados a buscar nosso escritório em Bruxelas e nosso escritório de advocacia que nos atende em Bruxelas para entrar com as ações devidas para buscar esclarecimento da verdade", afirmou João Martins, presidente da CNA.

Sem detalhar as ações, a atitude se justifica em razão de declarações feitas pelo CEO da empresa que, segundo a CNA, prejudicaram a imagem do setor agropecuário nacional e a reputação dos produtores brasileiros, ao associar nossos produtos a práticas irregulares de comercialização e produção.

Carrefour e Tereos

Na quarta-feira passada, 20, Bompard, em carta enviada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores (FNSEA), o principal sindicato agrícola da França, afirmou que a carne do Mercosul "não respeita suas exigências e normas".

A declaração de Bompard, vista como protecionista pelo setor pecuário brasileiro, foi interpretada como uma sinalização aos agricultores franceses, que se opõem à assinatura do acordo entre a União Europeia e o Mercosul.

Eles argumentam que o acordo é injusto e pode prejudicar os produtores locais. Segundo Bompard, a decisão de não comprar carne do Mercosul está fundamentada na "solidariedade com o mundo agrícola".

O anúncio gerou uma reação em cadeia no agronegócio brasileiro. Desde a última sexta-feira, 22, frigoríficos brasileiros suspenderam as vendas de carne para toda a rede Carrefour no Brasil, incluindo as marcas Sam's Club e Atacadão, que também fazem parte do conglomerado francês.

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