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Ciclo de baixa nos preços e acréscimo tímido na produção devem marcar pecuária em 2024

Ritmo de importação da China, impacto do El Niño na qualidade das pastagens e a representatividade da Austrália nas negociações movimetam mercado do boi gordo, segundo avaliação do Rabobank

Pecuária de corte: desvalorização de 30% no boi gordo no acumulado de 2023 (Wenderson Araujo/Trilux/Sistema Senar-CNA/Divulgação)

Pecuária de corte: desvalorização de 30% no boi gordo no acumulado de 2023 (Wenderson Araujo/Trilux/Sistema Senar-CNA/Divulgação)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 9 de novembro de 2023 às 16h54.

O mercado de proteína animal em 2024 deve se manter volátil, por causa do seguinte combo de fatores: geopolítica, clima, risco sanitário e poder de compra da população mundial. Ao colocar uma lupa no Brasil, influenciam internamente o ritmo de importação da China, o impacto do El Niño na qualidade das pastagens e a representatividade da Austrália nas negociações.

Em relação à carne bovina, a perspectiva do Rabobank é de aumento a 1% a 2% na produção brasileira, com a tendência de chegar a 9,112 milhões de tonelada a equivalente carcaça. Até o momento, a avaliação é de que os preços retraídos se mantenham, seguindo a desvalorização de 30% no boi gordo no acumulado de 2023.

Wagner Yanaguizawa, analista de proteína animal do Rabobank, explica que os preços baixos do leite fomentaram o abate de fêmeas, algo que deve se repetir no ano que vem. No mercado interno, o reflexo é que o consumo aumente em 0,5%.

“O segundo semestre do próximo ano a gente deve começar a ver um processo maior em termos de retenção de fêmeas, com preço do bezerro começando dar alguns sinais de recuperação, mas esse cenário de inversão de ciclo deve se consolidar mais para o ano de 2025”, diz Yanaguizawa.

China, EUA e Austrália

Sobre o mercado externo, a análise do Rabobank é de alta na demanda chinesa em torno de 5% a 6%, fator que pode beneficiar diretamente as exportações do Brasil. De todo o volume importado pelo país asiático, 41% é proveniente da pecuária brasileira. Do lado das exportações, a China é destino de 52% dos embarques da carne.

Os Estados Unidos são o segundo maior importador do Brasil e tendem a aumentar a demanda no mercado externo ano que vem. No entanto, a Austrália aponta mais protagonismo nesta geopolítica da pecuária, pois a seca no país tem impulsionado os níveis de abate, ampliando a oferta global.

Se a Austrália aumentar em 12% a produção local, como é o projetado pelo Rabobank, os preços baixos podem impulsionar as exportações australianas e arrefecer a expectativa de o Brasil aumentar as cotas de venda para os Estados Unidos.

Carne suína

A produção global de carne suína deve enfraquecer em 2024, exceto para o Brasil. A perspectiva do Rabobank é que o país cresça 3,5% em oferta no ano que vem, na contramão de China (-0,5%), União Europeia (-3,0%) e Estados Unidos (-0,6%).

Para as exportações, a expectativa é de um aumento de 3% a 4% para todo o mundo, sendo que somente a China tende a aumentar as importações em 8%. "Devemos continuar com grandes oportunidades do mercado chinês, além de oportunidades como ampliar mercado em Singapura", diz Wagner Yanaguizawa, analista do Rabobank.

A questão climática para a nova safra recorde de grãos pode impactar diretamente na rentabilidade da atividade. O insumo tem representado entre 70% e 80% dos custos de produção da suinocultura.

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