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Centro-sul terá menor safra de cana desde 2018/19, prevê Conab

A queda esperada é de 4,6% ante a última temporada devido ao impacto da seca e da diminuição de área plantada

Segundo a Conab, a queda na região centro-sul ocorre diante de grande concorrência de cultivos anuais, como soja e milho (Meaghan Skinner Photography/Getty Images)

Segundo a Conab, a queda na região centro-sul ocorre diante de grande concorrência de cultivos anuais, como soja e milho (Meaghan Skinner Photography/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 18 de maio de 2021 às 10h41.

Última atualização em 18 de maio de 2021 às 10h41.

A safra de cana do centro-sul do Brasil em 2021/22 deverá atingir 574,8 milhões de toneladas, queda de 4,6% ante a temporada 2020/21, devido ao impacto da seca e de uma queda de área plantada, estimou nesta terça-feira, 18, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Esse volume para a temporada recém-iniciada, se confirmado, será o menor desde a temporada 2018/19, quando a colheita de cana na região que responde por cerca de 90% da moagem de cana caiu para 572,7 milhões de toneladas.

A produção de açúcar da principal região produtora do Brasil, maior exportador global da commodity, deverá atingir 35,8 milhões de toneladas, queda de 6,4% na comparação anual, apontou a Conab em sua primeira estimativa para a nova safra.

Já a produção total de etanol (de cana e milho) em 2021/22 foi estimada em 28,36 bilhões de litros no centro-sul, queda de 7,4% na mesma comparação, segundo números da estatal.

"A ocorrência de chuva abaixo da média, que afetou o desenvolvimento da cana-de-açúcar durante o ano passado e início deste, fará com que a moagem de cana, especialmente na região centro-sul, na temporada que se inicia, atinja um dos menores níveis dos últimos anos", afirmou a Conab.

A estatal ainda apontou a área plantada com cana no centro-sul do Brasil em 7,5 milhões de hectares, queda de 2,4% na comparação anual.

Segundo a Conab, a queda na área ocorre diante de grande concorrência de cultivos anuais, como soja e milho, "que ganharam ótima rentabilidade recentemente e podem influenciar diretamente na destinação de área para cana-de-açúcar".

Na região Sudeste, principal região produtora de cana-de-açúcar do país, a variação de área em produção terá redução de 3% em comparação a 2020/21.

A produção de etanol só não cairá mais porque a fabricação do biocombustível a partir do milho crescerá em 500 milhões de litros, para 3,5 bilhões de litros, apontou a Conab. A região Centro-Oeste representa quase toda a produção a partir do cereal.

Para o Brasil, a Conab estima uma safra de cana de 628,14 milhões de toneladas, queda de 4%.

A produção nacional de açúcar deverá atingir 38,9 milhões de toneladas, queda de 5,7%, que só não é maior pelo crescimento de 2,8% na fabricação no Nordeste.

No país, a produção de etanol (cana e milho) deverá atingir 30,5 bilhões de litros, redução de 6,8%.

Exportação forte

Na safra 2021/22, a perspectiva é de que as exportações de açúcar se mantenham em patamares elevados, influenciadas pela continuidade do cenário de preços internacionais atrativos e taxa de câmbio favorável, disse a Conab.

Em abril, mês que marca o início oficial da safra, o Brasil exportou cerca de 1,9 milhão de toneladas de açúcar, alta de 25,7% em relação a igual período do ciclo anterior.

Apesar de preço e câmbio favoráveis à exportação de açúcar na safra 2021/22, a menor produção "limita a disponibilidade" para vendas externas.

"Há uma preocupação em relação ao clima, com chuva abaixo da média em algumas regiões produtoras, com tempo seco e temperaturas elevadas, que podem reduzir a produtividade dos canaviais", destacou a Conab.

"Outro fator de limitação da produção do açúcar está relacionado à alteração do mix de produção do setor sucroenergético, pois há expectativa de recuperação do consumo de etanol à medida que a pandemia do Covid-19 seja controlada, o que deve incentivar a ampliação da produção de etanol em detrimento do açúcar."

As exportações de etanol ainda devem ser favorecidas pelo câmbio, mas o crescimento da demanda interna deverá também limitar a disponibilidade de etanol para embarques ao exterior.

A importação de etanol, que apresentou redução de 65,2% na safra 2020/21, também deverá apresentar queda no ciclo 2021/22 e limitar a oferta interna diante do real enfraquecido em relação ao dólar e da taxação do etanol norte-americano em 20%, desde dezembro de 2020, lembrou a estatal.

 

 

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