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Camu camu: Brasil enfrenta desafios para explorar a maior fonte natural de vitamina C do mundo

Apesar do potencial do fruto conhecido como “ouro amazônico”, infraestrutura e logística limitam sua expansão no país

O fruto é comercializado principalmente em forma de polpas congeladas e extratos.

O fruto é comercializado principalmente em forma de polpas congeladas e extratos.

Publicado em 25 de setembro de 2024 às 16h30.

Conhecido como uma das maiores fontes naturais de vitamina C, superando frutas como o limão e a acerola, o camu camu, embora tenha um potencial nutricional e bioativo imenso, ainda não tem todo o seu potencial explorado.

“O camu camu é uma expressão dessa potência que a floresta tem, mas que a sociedade ainda não aprendeu a lidar ou trabalhar junto com ela”, afirma André Noronha, coordenador de projetos do Centro de Economia Verde da Fundação CERTI, instituição brasileira especializada em inovação tecnológica e desenvolvimento sustentável.

Desafios de produção e exportação

Atualmente, a produção de camu camu no Brasil é limitada e depende de cadeias extrativistas operadas por pequenas comunidades ribeirinhas.

Esse modelo sustentável contrasta com o Peru, país que estruturou melhor sua produção e se consolidou como o maior exportador da fruta, dominando o cultivo agrícola e alcançando US$ 5 milhões em exportações em 2020.

Noronha destaca que, no Brasil, a falta de uma cadeia produtiva estruturada impede o crescimento da exportação. “O Peru conseguiu se organizar rapidamente, enquanto no Brasil ainda falta uma cadeia com certificações adequadas e infraestrutura para exportação em larga escala”, afirma.

Barreiras logísticas e infraestruturais

Embora o camu camu seja comercializado principalmente em forma de polpas congeladas e extratos em mercados como Califórnia, Alemanha e França, o Brasil ainda não conseguiu competir globalmente devido aos altos custos logísticos, típicos da região amazônica.

“O alto custo de transporte e a falta de estrutura para o escoamento da produção são desafios significativos”, explica Noronha.

Além disso, as oscilações climáticas afetam diretamente a produção, pois o fruto cresce em áreas alagadas, tornando-o suscetível a mudanças ambientais.

O futuro do camu camu na bioeconomia amazônica

Noronha destaca que o desenvolvimento da bioeconomia amazônica é essencial para que produtos como o camu camu ganhem relevância no mercado global.

A crescente demanda por produtos naturais e saudáveis, diz ele, abre oportunidades para que o fruto se torne um ingrediente essencial em alimentos, bebidas e cosméticos.

“O Brasil precisa investir em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, além de estruturar a cadeia produtiva, para competir em igualdade com outras nações amazônicas”, conclui.

Com o potencial econômico e sustentável que o camu camu representa, sua exploração adequada pode ser uma peça-chave para o desenvolvimento da Amazônia e a preservação da floresta.

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