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(Nespresso/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 22 de setembro de 2023 às 16h28.
A combinação entre condições climáticas favoráveis e um aumento na área plantada e na produtividade deve fazer o Brasil colher a terceira maior safra de café da história. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de uma colheita de 54,36 milhões de sacas, o que representa um crescimento de 6,8% na comparação com 2022.
Com mais de 95% do café já colhido no final de agosto, a safra de 2023 também traz outro feito histórico: é recorde para um ano de bienalidade negativa – como a produção de café costuma oscilar um ano de maior produção e outro de queda, o termo “negativa” corresponde ao ciclo com resultado inferior.
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Os melhores desempenhos do grão na série histórica da Conab, iniciada em 2001, foram nas temporadas de 2018 e 2020, mas ambos os anos eram de bienalidade positiva.
Se a estimativa para este ano for comparada com o volume colhido na safra de 2021 – último ano de bienalidade negativa –, o aumento na produção de 2023 chega a 13,9%.
No Centro-Sul, responsável por 87,94% da produção estimada no país para este ano, a expectativa é de uma colheita de 47,8 milhões de sacas. Isso representa um incremento de 7,7% na comparação com a safra de 2022.
Minas Gerais é quem mais produziu na temporada de 2023, com 28,29 milhões de sacas (52% do total do país). Em seguida, aparecem Espírito Santo (13,06 milhões), São Paulo (5,03 milhões), Bahia (3,42 milhões), Rondônia (3,04 milhões) e Paraná (687,2 mil).
O levantamento feito pela Conab também mostra que a área total destinada à cafeicultura no país em 2023 chega a 2,24 milhões de hectares. Desse total, 1,88 milhão estão em produção (+1,9% comparado ao ano anterior) e 362,5 mil hectares em formação (-9,3%).
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A maioria da área de produção brasileira (91,3%) está localizada no Centro-Sul, com 1,71 milhões de hectares – um crescimento de 2,2% em relação ao ano passado.
Já a produtividade em todo o Brasil foi estimada pela Conab em 29 sacas por hectare (+4,8% em relação a 2022). O melhor resultado é nas regiões Norte e Nordeste, com 40,7 sacas por hectare de média. Entre os Estados, Rondônia lidera com 50,2 sacas por hectare.
A variedade arábica é responsável por 70,2% da produção de café brasileira. A estimativa é colher 38,16 milhões de sacas, um crescimento de 16,6% sobre a safra anterior. Esse desempenho, segundo a Conab, se deve ao incremento de 2,4% na área em produção aliado ao ganho estimado em 13,9% na produtividade, já que as condições climáticas foram mais favoráveis em relação aos dois últimos ciclos.
Nas lavouras de conilon, porém, a estimativa é colher 16,2 milhões de sacas neste ano, uma queda de 11% comparado com 2022. O resultado se deve, sobretudo, a condições climáticas um pouco adversas no principal Estado produtor de conilon, o Espírito Santo, onde a produção tem redução de 17,5% neste ciclo em relação ao ano anterior.
No mercado internacional, o café brasileiro vive um ano de redução tanto na quantidade embarcada quanto na receita. De janeiro a agosto, o país exportou 20,2 milhões de sacas de 60 kg, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) – queda de 11,3% na comparação com igual período do ano passado.
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O desempenho, conforme a Conab, foi influenciado pela restrição dos estoques nos primeiros meses da temporada, após safras com a produção limitada em 2021 e 2022. Mas há sinais de reação. Só em agosto, o Brasil exportou cerca de 3,29 milhões de sacas – alta de 41,2% na comparação com igual período de 2022.
Quanto aos negócios, o acumulado nos primeiros oito meses de 2023 totaliza US$ 4,42 bilhões, o que significa uma diminuição de 18,7% em relação à mesma época do ano anterior. Vale lembrar, entretanto, que a exportação de café atingiu recorde em 2022, movimentando US$ 9,2 bilhões de janeiro a dezembro.
Em 2023, o Brasil já exportou café para 143 países. Os principais destinos, em quantidade, são Estados Unidos (17%), Alemanha (13,2%), Itália (7,9%), Bélgica (6,2%) e Japão (6,1%).