Redação Exame
Publicado em 22 de agosto de 2025 às 06h44.
Última atualização em 22 de agosto de 2025 às 06h47.
O café mais caro do mundo foi leiloado no Panamá por US$ 30 mil o quilo (cerca de R$ 160 mil). No leilão que aconteceu no começo do mês, um lote de 20 kg do café Geisha lavado da fazenda Hacienda La Esmeralda estabeleceu um novo recorde mundial de preço: ao todo, o arremate foi de US$ 604.080 (mais de R$ 3,3 milhões).
A venda ocorreu durante o leilão eletrônico anual "Best of Panama 2025", promovido pela Associação de Café Especial do Panamá (SCAP), e foi adquirida pela empresa Julith Coffee, de Dubai.
O valor não apenas quebrou o recorde anterior, mas também marca um novo patamar para o mercado global de cafés especiais. Em 2024, um lote de café Geisha natural havia sido vendido por US$ 10.013 por quilograma, preço já então considerado excepcional.
Localizada em Boquete, na província de Chiriquí, Panamá, a Hacienda La Esmeralda é propriedade da família Peterson.
A fazenda, situada a cerca de 2.000 metros de altitude, se beneficia de condições climáticas ideais, como solo vulcânico e microclimas únicos, que favorecem o desenvolvimento de sabores excepcionais nos grãos de café.
A história da fazenda começa em 1967, quando foi adquirida por Rudolph A. Peterson, um banqueiro sueco-americano.
Inicialmente voltada para a pecuária, a propriedade passou a focar na produção de café na década de 1980. O grande marco aconteceu em 2004, quando a Hacienda La Esmeralda apresentou ao mundo as qualidades excepcionais do café Geisha, uma variedade que revolucionou a indústria de cafés especiais.
Originário da Etiópia, o café Geisha (ou Gesha) é uma subespécie 100% arábica conhecida por seu perfil sensorial único. Embora tenha sido levado ao Panamá na década de 1960 para combater o fungo da ferrugem do café, o cultivo em terras panamenhas revelou características que tornam o Geisha um dos cafés mais apreciados e valorizados do mundo.
O Geisha da Hacienda La Esmeralda se destaca por suas notas florais de jasmim, sabores frutados de goiaba e pêssego branco, acidez brilhante e um corpo sedoso. O processo de lavagem utilizado para o lote recordista remove a polpa do fruto antes da secagem, resultando em um sabor mais limpo e uma acidez acentuada. Além disso, o lote passou por 48 horas de fermentação a baixa temperatura, seguida de uma secagem controlada climaticamente.