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Brasil e EUA debatem rever barreiras ao açúcar em troca de liberação ao etanol de milho

Estados Unidos colocam cotas de importação anuais que limitam entrada do produto vindo do Brasil

Colheita de cana-de-açúcar (Emiliano Capozoli/Exame)

Colheita de cana-de-açúcar (Emiliano Capozoli/Exame)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 15 de março de 2024 às 16h12.

Última atualização em 15 de março de 2024 às 16h18.

WASHINGTON, DC , ESTADOS UNIDOS - Uma comitiva do governo brasileiro teve conversas nesta semana com autoridades americanas em Washington. Um dos temas na pauta foi a redução das barreiras tarifárias ao açúcar, em troca de uma possível liberação do etanol de milho dos EUA no Brasil.

O grupo teve reuniões nos últimos dias com representantes dos Departamentos da Agricultura e do Comércio dos Estados Unidos. A equipe brasileira contou com Jorge Viana, presidente da Apex (Associação Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Carlos Mello, secretário-executivo do Ministério da Pesca e Aquicultura e o senador Fernando Farias (MDB-AL), entre outros.

Negociação de novos mercados

O governo americano impõe cotas anuais para a importação de açúcar de outros países. No ano fiscal de 2023, o Brasil exportou 232.573 toneladas de açúcar bruto aos EUA, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura) . Como comparação, o México, que tem acesso facilitado ao mercado americano por causa do acordo USCMA, enviou 1,048 milhão de toneladas no mesmo período.

"Os Estados Unidos estão querendo muito o etanol deles no Brasil, mas eles bloqueiam o açúcar brasileiro aqui. A cota de açúcar acaba em dois meses. Tem espaço para negociar. O Ministério da Agricultura e o MDIC vão seguir com as negociações", disse Jorge Viana, em conversa com jornalistas em Washington.

Uma liberação para o açúcar brasileiro beneficiaria especialmente estados do Nordeste, que são grandes produtores.

Viana vê espaço também para abrir mais mercados para os produtos brasileiros nos setores de café, mel, limão e suco de laranja, entre outras áreas. Ao todo, a Apex mapeou mais de 900 oportunidades de expansão de negócios brasileiros nos Estados Unidos.

A Apex realizou nesta semana um encontro entre técnicos e adidos agrícolas que atuam nos EUA e Canadá com empresários e representantes de setores brasileiros que exportam aos dois países, para debater formas de ampliar negócios e investimentos.

"Os Estados Unidos estão buscando reduzir as exportações da China, e o Brasil precisa aproveitar essa oportunidade para substituir essas importações", disse Viana.

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