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Plantação de soja em Tangará da Serra. (Paulo Whitaker/Reuters)
Bloomberg
Publicado em 20 de janeiro de 2022 às 15h56.
Por Alfred Cang, da Bloomberg
O Brasil mantém posição dominante no fornecimento de soja para a China à medida que as relações entre o país asiático e os EUA permanecem tensas.
O maior produtor e exportador mundial de soja enviou mais de 58 milhões de toneladas para a China no ano passado, ou cerca de 60% de todas as cargas importadas pelo país, segundo dados da alfândega chinesa. O segundo maior exportador, os EUA, entregou cerca de 32 milhões de toneladas, ou um terço da oferta.
A China pode continuar limitando as compras de soja e outros produtos agrícolas dos EUA à medida que as tensões políticas persistem, disse a Fitch Solutions, uma empresa de pesquisa, nesta semana. O Brasil será um vencedor, com sua participação no mercado chinês se mantendo elevada e que pode aumentar ainda mais para commodities como carne e algodão.
Mesmo que a China tenha comprado quantidades recordes de produtos agrícolas dos EUA desde que um acordo comercial foi assinado em janeiro de 2020, apoiado por uma enorme expansão em seu rebanho de suínos, as compras ficaram aquém dos valores prometidos. Os laços entre os dois países se deterioraram à medida que as tensões aumentaram em relação a Hong Kong, Taiwan, direitos humanos, origens do Covid-19 e outros conflitos.
Enquanto o Brasil claramente dominou os embarques de soja ao longo do ano como um todo, o jogo virou em dezembro. As entregas brasileiras tiveram queda de 44% em relação ao mês anterior, para pouco mais de 2 milhões de toneladas, enquanto os embarques dos EUA subiram quase 70%, para cerca de 6 milhões de toneladas, depois que os agricultores começaram a colheita em outubro, segundo dados alfandegários.