EXAME Agro

Apoio:

LOGO TIM 500X313

Biocombustíveis: "Brasil não ganhará em tudo, mas tem vantagens competitivas", diz Arnaldo Jardim

Presidente da Comissão Especial da Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde, Jardim participou de painel no EXAME Renováveis, evento sobre as oportunidades entre os biocombustíveis e energias limpas

A maturidade do setor e a rápida expansão do uso dos biocombustíveis nas últimas décadas foram temas centrais (Eduardo Frazão/Exame)

A maturidade do setor e a rápida expansão do uso dos biocombustíveis nas últimas décadas foram temas centrais (Eduardo Frazão/Exame)

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 17h05.

Última atualização em 29 de janeiro de 2025 às 17h14.

Tudo sobreBiocombustíveis
Saiba mais

Nesta quarta-feira, 29, aconteceu em São Paulo o evento EXAME Renováveis, realizado pela mediatech com apoio institucional da PSR, fornecedora global de serviços de consultoria, modelos computacionais e inovação em energia.

O segundo painel do dia discutiu as oportunidades e desafios para o desenvolvimento dos biocombustíveis e contou com a participação de Arnaldo Jardim, presidente da Comissão Especial da Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde; Leidiane Mariani, diretora-executiva da Amplum Biogás, e Ana Mandelli, diretora-executiva de Downstream do IBP. A mediação foi de César H. S. Rezende, repórter de agro e macroeconomia na EXAME.

Entre os principais temas abordados no debate, destacaram-se a necessidade de um pacto para a COP30 sobre os renováveis, a expansão do mercado de biometano e a regulamentação do combustível do futuro. Para Arnaldo Jardim, é essencial que o Brasil se apresente como protagonista na transição energética global.

Revista EXAME: A corrida dos biocombustíveis

"Precisamos de um pacto para a COP30. O Brasil não vai ganhar em tudo, mas temos que enxergar os setores com vantagens competitivas e comparativas. O país pode retomar o papel de líder na aceleração das renováveis", disse Jardim.

Segundo o deputado, o governo decide se será necessária uma autoridade climática para a Conferência, o que indica que "a pauta do clima não é um tema momentâneo, mas um conjunto de políticas para protagonismo internacional", afirmou Jardim.

Biometano e biogás: oportunidades para o Brasil

A regulamentação do biometano e os desafios para ampliar sua participação no setor energético também foram debatidos. Leidiane Mariani ressaltou que a aprovação da Lei do Combustível do Futuro representa um marco para o setor e pode impulsionar novos investimentos.

"O Combustível do Futuro cria demanda e vincula ao ciclo de vida do carbono. O metano tem vida curta, mas pode causar efeito estufa 80 vezes maior que o carbono. Precisamos trabalhar eficiência nesse processo", explica Mariani.

A falta ou a flexibilidade de regulamentações também foi discutida. Para Leidiane, as regras sobre os biocombustíveis devem garantir segurança jurídica para atrair investidores e viabilizar a infraestrutura necessária para o crescimento do setor.

A maturidade do setor e a rápida expansão do uso dos biocombustíveis nas últimas décadas foram temas centrais. Ana Mandelli destacou que o Brasil já tem expertise na produção de etanol e que a tecnologia envolvida nos biocombustíveis evoluiu significativamente nas últimas décadas.

"O etanol que temos hoje não é o mesmo de 50 anos atrás. Ele se tornou mais tecnológico e eficiente. No Brasil, 40% do consumo de combustíveis nos carros já é etanol puro, e agora estamos avançando também para atingir a mistura de SAF (combustível sustentável de aviação) e combustível marítimo", explicou Mandelli.

Infraestrutura para biocombustíveis

Jardim também mencionou a necessidade de ampliar a infraestrutura e integrar políticas públicas entre os diferentes níveis de governo para facilitar o licenciamento e distribuição desses combustíveis.

"Investimentos na logística de biometano são cruciais para tornar sua distribuição mais eficiente", completou Jardim.

Por fim, os participantes discutiram a importância de agências reguladoras fortes, que possam garantir a previsibilidade do setor e da produção energética. "As agências hoje contam com quadros funcionais insuficientes e falta de quadro de pessoas para atuar corretamente", disse Jardim. "A mensagem é que precisamos disso para fortalecer a captura financeira, tecnológica e política nesse tema".

Acompanhe tudo sobre:BiocombustíveisEnergiaEnergia renovávelESGCOP30EtanolAgronegócio

Mais de EXAME Agro

Liberação de agrotóxicos e defensivos biológicos bate recorde em 2024

Fávaro diz que governo fará nova reunião para discutir medidas de contenção à inflação dos alimentos

Prepare o bolso: café pode chegar a R$ 60 por quilo — entenda o que está por trás da alta

Produção de café no Brasil deve cair 4,4% na safra 2024/25, pressionando — ainda mais — os preços