(Yara/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 25 de novembro de 2025 às 10h31.
Última atualização em 25 de novembro de 2025 às 12h20.
O atraso no plantio da soja da safra 2025/26 preocupa produtores brasileiros, já que a demora pode impactar negativamente a semeadura do milho de segunda safra em alguns estados. O milho de 2ª safra, também chamado de safrinha, é o milho plantado logo após a colheita da soja, usando a mesma área agrícola.
Segundo a consultoria agrícola AgRural, o plantio de soja atingiu 81% da área estimada para o Brasil até a última quinta-feira, 20. No mesmo período do ano passado, o índice era de 86%.
“O atraso neste momento ocorre nas regiões mais tardias, como o Rio Grande do Sul e os estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Entre as regiões que costumam plantar antes, Goiás é a que está atrasada. Para Goiás, Piauí e Maranhão, a preocupação é com a janela de 2026 do milho de segunda safra”, afirma Adriano Gomes, analista da AgRural.
Segundo o analista, em Goiás a lógica é simples: no Sudoeste do estado, a janela ideal para plantar o milho vai até 28 de fevereiro. Para que isso seja possível, a soja precisa ser semeada até 10 de novembro. Assim, a oleaginosa é colhida em fevereiro, liberando a área a tempo para que o milho seja plantado ainda dentro da janela considerada segura.
“Nessa região de Goiás, o plantio da soja ficou muito concentrado na primeira quinzena de novembro. Por isso, a margem de erro é pequena: se chover na colheita, por exemplo, o risco para o milho de segunda safra aumenta”, diz Gomes.
Goiás é um dos principais produtores de milho do Brasil. A previsão é de que a produção 2025/26 no estado ultrapasse 14 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No total, a produção brasileira deve atingir 139 milhões de toneladas.
As estimativas da Conab indicam que a produção de grãos do Brasil em 2025/26 deve superar o recorde da temporada anterior, atingindo 355 milhões de toneladas.
Desse total, 178 milhões de toneladas devem ser de soja. Para o milho, a projeção é de 139 milhões de toneladas.