Colaboradora
Publicado em 13 de setembro de 2025 às 18h48.
O Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou que as exportações do agronegócio brasileiro para a China aumentaram 32,9% em agosto em comparação com o mesmo período do ano passado, passando de US$ 3,85 bilhões (R$ 20,6 bilhões) para US$ 5,12 bilhões (R$ 27,39 bilhões)
Por outro lado, as vendas para os Estados Unidos caíram 17,6% em agosto, um total de US$ 764,97 milhões, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária. O número representa uma queda em relação aos US$ 928,52 milhões (R$ 4,97 bilhões) reportados em 2024. A diminuição coincide com o início da aplicação das novas tarifas impostas pelo governo Donald Trump.
Os produtos que mais sofreram com diminuição das vendas externas são a carne bovina in natura (-46,2%) e a carne bovina industrializada (-33%). Com a sobretaxa, as tarifas sobre a carne bovina brasileira hoje superam 70%. Além desses, o envio de café verde para os EUA caiu 16,4% em agosto, o que representa 18 mil toneladas, o menor volume do mês em quatro anos. O suco de laranja, fora das tarifas, avançou 6,9%.
Os Estados Unidos não foram os únicos a exportar menos mercadorias do Brasil. A União Europeia foi o segundo maior destino das vendas externas, com US$ 1,90 bilhão em agosto, mas que também teve uma queda de 15,4%.
As exportações do agronegócio brasileiro cresceram 1,5% no último ano, frente aos US$ 14,08 bilhões registrados em agosto de 2024. O número foi impulsionada pelo maior volume de produtos como soja, milho e carne bovina.
A queda nas exportações para os EUA foi compensada pelo aumento dos embarques para a China, que respondeu por 35,8% das vendas do agronegócio brasileiro em agosto. O avanço de 32,9% no período foi puxado por produtos que recuaram no mercado americano, como café verde (+131,8%), carne bovina in natura (+89,8%) e açúcar de cana bruto (+20,3%).
Em geral, cinco principais setores se destacaram ao concentrar 80,8% das exportações do agronegócio em agosto:
Já em relação aos produtos exportados, o principal foi a soja em grãos, que representou US$ 3,88 bilhões (R$ 20,8 bi) - mercadoria que a China também adquiriu em maior volume. Em segundo lugar, a carne bovina in natura somou US$ 1,50 bilhão (R$ 8 bi); seguida pelo milho, com US$ 1,36 bilhão (R$ 7,3 bi); o açúcar de cana bruto, US$ 1,31 bilhão (R$ 7 bi); e o café verde, com US$ 882,7 milhões (R$ 4,7 bi).
As importações do Brasil tiveram alta de 1,2% sobre o mesmo mês do ano anterior, com US$ 1,60 bilhão (R$ 8,6 bi) em agosto de 2025.
Principais produtos importados em agosto:
A maior parte corresponde a insumos que ajudam a suprir a demanda da indústria de processamento.
O índice global de alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) subiu 6,9% em agosto, mas no Brasil os preços caíram, principalmente de produtos como o açúcar bruto (-11,7%), farelo de soja (-19,2%), suco de laranja (-45,4%) e carne de frango in natura (-12,9%). Os números revelam diminuições superiores a US$ 100 milhões cada.
Por outro lado, soja em grãos (+1,3 milhão de toneladas), milho (+784,5 mil toneladas, +3,7% no preço) e carne bovina in natura (+51,1 mil toneladas, +26,3% no preço) impulsionaram as exportações em US$ 1,12 bilhão (R$ 6 bilhões).