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Fundadores e executivos da AgroGalaxy (AGXY3) na cerimônia de estreia na B3 nesta segunda-feira, 26 de julho de 2021, depois de IPO que movimentou R$ 350 milhões (Cauê Diniz/B3/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 09h58.
Última atualização em 21 de janeiro de 2025 às 10h30.
A AgroGalaxy anunciou nesta terça-feira, 21, a assinatura de um memorando de entendimentos para a possível venda de uma carteira de dívidas vencidas e não judicializadas, geradas pela revenda de insumos agrícolas a clientes. A informação foi divulgada em fato relevante enviado ao mercado.
De acordo com a companhia, o montante total da carteira é de cerca de R$ 760 milhões, mas o preço final da transação ainda está sujeito à confirmação por diligência. A empresa, no entanto, não forneceu detalhes adicionais sobre os possíveis compradores ou os prazos previstos para a conclusão da operação.
A movimentação faz parte da estratégia da AgroGalaxy para melhorar a gestão de seus ativos e fortalecer sua posição no mercado de insumos agrícolas, após a companhia entrar com pedido de recuperação judicial em setembro de 2024.
A venda da carteira de dívidas vencidas pode representar um importante alívio financeiro, permitindo à companhia redirecionar seus esforços para as operações principais e a ampliação de seu portfólio de serviços, voltado ao atendimento de produtores rurais.
A Agrogalaxy informou na segunda-feira, 20, que registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre de 2024.
A receita líquida caiu 48,6% no período de julho a setembro em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, para R$ 1,2 bilhão. As vendas da divisão de insumos caíram 43,8%, para R$ 733 milhões. As vendas da divisão de grãos caíram 54,4%, para R$ 485,7 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou negativo em R$ 1,2 bilhão — entre julho e setembro de 2023 ficou no azul em R$ 74,4 milhões.
A empresa detalhou em comunicado que está concentrada em três pilares: otimização do mix de vendas com ênfase em produtos especializados; redução de despesas — nos 12 últimos meses já houve economia superior a R$ 150 milhões; e melhorias na gestão do capital de giro, com negociações mais eficientes de prazos de pagamento e ajustes nos estoques.