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Agricultores espanhóis mantêm pressão pelo terceiro dia consecutivo

Sindicatos do setor agropecuário justificaram os bloqueios pelo "mal-estar" da categoria com um trabalho considerado precário

Pessoa passa de patinete em frente a uma fila de tratores concentrados em Barcelona em 7 de fevereiro de 2024 (Valentin Bontemps/AFP Photo)

Pessoa passa de patinete em frente a uma fila de tratores concentrados em Barcelona em 7 de fevereiro de 2024 (Valentin Bontemps/AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 16h03.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2024 às 17h01.

Os agricultores espanhóis se concentraram nesta quinta-feira, 8, pelo terceiro dia consecutivo em vários pontos do país para denunciar as dificuldades do setor, desta vez convocados pelas principais organizações agrárias.

No dia seguinte a uma demonstração de força em Barcelona, filas de tratores voltaram a tomar as rodovias.

Os três sindicatos representativos do setor agropecuário, a Associação Agrária Jovens Agricultores (Asaja), Coordenadoria de Organizações de Agricultores e Pecuaristas (Coag) e União de Pequenos Agricultores e Pecuaristas (UPA), justificaram os bloqueios pelo "mal-estar" de grande parte da categoria com um trabalho considerado precário e difícil.

Nos dois dias anteriores, os protestos dos agricultores e pecuaristas foram convocados por grupos de WhatsApp ou organizações minoritárias.

"Se o trator protesta é porque sufocam o campo", afirmou a Asaja na rede social X.

Uma mensagem repercutida por Marcos Alarcón, vice-secretário da UPA. Os agricultores querem que "esta enorme mobilização seja um patrimônio muito importante que possamos utilizar na mesa de negociação", afirmou em um vídeo publicado na rede X.

Segundo os sindicatos, as principais manifestações foram realizadas no centro do país, em Salamanca, Ciudad Real e Ávila. Em Barcelona, invadida na quarta-feira por quase mil tratores, dezenas de agricultores passaram a noite no centro da cidade, mas a maioria saiu esta manhã.

Estas mobilizações ocorrem enquanto os protestos diminuem na maioria dos demais países europeus, que resultaram em confrontos pontuais entre manifestantes e forças de ordem, que agiram para tentar suspender alguns bloqueios.

De acordo com o Ministério do Interior, vários manifestantes foram detidos nesta quinta, elevando para 19 o total desde que o movimento de protesto começou. Um guarda civil ficou levemente ferido.

Assim como seus colegas em outros países europeus que também se manifestaram, os agricultores e pecuaristas espanhóis se queixam da burocracia e da complexidade das normas europeias, assim como dos preços baixos de venda de seus produtos e da concorrência, que consideram desleal, dos produtos estrangeiros.

"Mal-estar inquestionável"

"Há um mal-estar inquestionável", admitiu o ministro dos Transportes, Óscar Puente, em uma entrevista à emissora de TV Antena 3, mas se "o que se faz é bloquear o país, as forças de ordem têm de agir".

A associação que representa os supermercados espanhóis, Anged, pediu às autoridades que tomem "as medidas necessárias a fim de garantir a livre circulação de pessoas e mercadorias", advertindo que os protestos podem acabar tendo um impacto econômico.

Durante um encontro com a imprensa na tarde de quarta-feira, o ministro da Agricultura, Luis Planas, disse que o governo tem "a mão estendida" para os agricultores "para continuar, com diálogo e compromisso, o trabalho em busca de soluções".

O presidente do governo, o socialista Pedro Sánchez, comprometeu-se a melhorar a lei de 2013 sobre a cadeia de alimentos para evitar prejuízos ao setor agropecuário.

Também prometeu simplificar a aplicação da Política Agrícola Comum (PAC) europeia, considerada excessivamente burocrática pelos agricultores.

A Espanha, frequentemente descrita como a "horta da Europa", é o primeiro exportador europeu de frutas e hortaliças, mas seu setor agrário atravessa dificuldades, devido sobretudo à seca que assola o país há três anos.

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