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Addiante: joint-venture entre Randoncorp e Gerdau quer dobrar frotas de locação no agro

Terceirização de veículos de carga pesada chegou a 1.400 em 2023 e a empresa quer dobrar em um ano. Para isso, mira o movimento de asset light, com a redução de ativos nas empresas rurais

Caminhões esperam para atravessar a fronteira da Hungria para a Romênia, 8 de abril de 2020. (Akos Stiller/Bloomberg)

Caminhões esperam para atravessar a fronteira da Hungria para a Romênia, 8 de abril de 2020. (Akos Stiller/Bloomberg)

Mariana Grilli
Mariana Grilli

Repórter de Agro

Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 18h26.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2024 às 12h26.

No final de 2022, o segmento de cargas pesadas assistiu à união de duas grandes companhias obstinadas a marcar território na locação de carretas e caminhões. A joint-venture Addiante, cuja administração é dividida entre Randoncorp e Gerdau, nasceu a partir do aporte de R$ 250 milhões das empresas de capital aberto. Ao olhar para o plano de negócios em um horizonte de cinco anos, 30% dos ativos estão alocados no agronegócio.

“Para trabalhar no Brasil, seja no on road ou off-road, você precisa atuar no agro, que vai continuar maximizando o potencial produtivo. Nesse cenário, a gente veio num crescimento interessante de mercado, as montadoras nos acolheram bem e a gente conseguiu acelerar o planejamento em quase dois anos”, diz Fábio Leite, CEO da Addiante.

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No primeiro ano de atuação, foram 1.400 unidades terceirizadas, trabalhando com as marcas Volkswagen Caminhões, Volvo, Mercedes-Benz, DAF e Iveco. A penetração nacional se deu muito por conta das 90 concessionárias da Randon espalhadas pelo Brasil, segundo Leite. Da frota contratada que já roda pelo país, 70% é formada por implementos – como carretas e semirreboques –, 25% por caminhões e 5% por máquinas, incluindo as agrícolas.

Um ano após a inauguração no mercado, a nova empresa já fala em expansão. A expectativa é em que em 2024 a locação atinja 3.000 ativos. O CEO da Addiante afirma que a ambição de dobrar o tamanho da frota está baseada na estratégia de asset light das empresas do agronegócio.

“É um crescimento arrojado e possível, pois a gente vê essa estratégia de redução de custos nas empresas do agro, com menor número de ativos, e isso é uma tendência crescente”, ele diz.

Os dados expostos por Fábio Leite mostram que o Brasil possui 3,8 milhões de caminhões, sendo 2,8 milhões cadastrados em CNJP. Deste montante, apenas 2% se refere à frota terceirizada. “É um oceano azul para se navegar”, diz o CEO da joint-venture, ao contar que 10% dos caminhões produzidos no país foram destinados à locação, número recorde para o segmento. “O índice de terceirização de veículos pesados no Brasil é menor do que nos Estados Unidos e nos outros continentes, mas vemos crescimento forte pós-pandemia. Começamos a ver esse market share crescer, incluindo as máquinas agrícolas, que as locações já correspondem a cerca de 20% da frota.”

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Renovação de frotas

As máquinas também estão no horizonte promissor da Addiante, por causa da perspectiva de retomada de obras públicas e do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Também o plano Nova Indústria, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), deve contribuir para novos maquinários em campo.

Renovar a frota, sobretudo de caminhões, é visto como uma questão de competitividade para o país, na visão de Leite. Segundo ele, a maior parte dos caminhões utilizados no Brasil tem entre 30 e 40 anos, e atendem principalmente um público de pequeno e médio porte.

“O crédito está escasso, o custo desse crédito está alto... é só olhar o preço do carro popular e transferir isso para a carga pesada. Quem tem menos capital está ficando para trás, distante da modernização. Trazer a nova frota é importante para o viés de segurança e sustentabilidade”, diz.

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Neste quesito de sustentabilidade, o CEO da Addiante revela que a joint-venture também está avaliando novas fontes de combustível. Para acompanhar a temática da transição energética, a empresa planeja estudar etanol, biometano, os gases GNV e GNL, entre outros.

“Temos estudado a questão. Por exemplo, a Random tem um eixo elétrico no semirreboque e isso diminui o consumo do combustível. Eu acredito que tenha alguns canais promissores, como elétrico ou biometano, mas ainda nada definido”, afirma.

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