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Fraudes em azeites aumentam no Brasil: quais as orientações ao consumidor?

Especialistas explicam quais testes domésticos são úteis, quais são mito e quais práticas ajudam a detectar possíveis fraudes

azeite falso: como identificar? (Getty Images)

azeite falso: como identificar? (Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 15 de novembro de 2025 às 14h29.

O Governo Federal, por meio da Anvisa e do Ministério da Agricultura (Mapa), já proibiu ou suspendeu a comercialização de lotes de 25 marcas de azeite em 2025 devido a fraudes ou irregularidades. Nesses casos, o consumidor fica em dúvida: como identificar azeite falsificado?

Os casos mais comuns envolvem a mistura de azeite extra virgem com óleos vegetais mais baratos, sem declaração no rótulo — prática classificada como fraude econômica pelo órgão federal.

Segundo o MAPA, apenas análises laboratoriais conseguem confirmar adulterações. As fiscalizações utilizam exames físico-químicos e avaliações sensoriais realizadas por laboratórios credenciados, dentro das regras estabelecidas pela legislação brasileira para óleos e gorduras. A Anvisa reforça essa posição em suas orientações ao consumidor, destacando que testes caseiros não têm validade técnica e não substituem análises oficiais.

O International Olive Council (IOC), órgão internacional que estabelece padrões globais de qualidade, também afirma que nenhum teste doméstico é capaz de determinar pureza de azeite.

O que observar antes e depois da compra?

As autoridades recomendam atenção redobrada ao rótulo. A origem, o tipo do azeite (extra virgem, virgem ou refinado) e a data de envase devem estar claras. Preços muito abaixo da média do mercado também podem ser um alerta, especialmente em azeites classificados como “extra virgem”.

Os órgãos reforçam que embalagens amassadas, lacres violados ou rótulos sem informações obrigatórias são sinais de risco. Nesses casos, é indicado evitar a compra e registrar denúncia nos canais oficiais.

Apesar dos testes domésticos não confirmarem falsificação, eles ajudam a levantar suspeitas com base em aroma, sabor e estabilidade do produto. Aqui alguns que podem ser testados:

  • Aroma e sabor: o IOC define que azeites extra virgens possuem notas frutadas, picância e amargor equilibrados. Cheiro de gordura neutra, ranço ou ausência completa de aromas pode indicar baixa qualidade ou possível mistura com óleo refinado;
  • Cor (não é critério técnico): a tonalidade varia naturalmente conforme a azeitona e o processamento. Cor verde intensa ou amarela clara não indica autenticidade;

  • Teste da geladeira (limitado): a popular crença de que azeite legítimo solidifica na refrigeração não tem base técnica. Misturas podem solidificar parcialmente e azeites puros podem permanecer líquidos, dependendo da variedade;

Lembrando que esses procedimentos servem apenas como triagem inicial para o consumidor e não substituem exames oficiais.

Orientações da Anvisa e do MAPA em casos de suspeita

Caso o consumidor identifique cheiro estranho, sabor incompatível ou diferença significativa entre lotes da mesma marca, a recomendação é guardar a embalagem, anotar o lote e consultar os comunicados de interdição publicados pelo MAPA no portal oficial.

Se o produto estiver entre os lotes proibidos, é possível solicitar reembolso ao ponto de venda e registrar queixa nos órgãos de defesa do consumidor. A Anvisa orienta que denúncias sobre irregularidades podem ser feitas via formulário no portal da agência.

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