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Juros futuros recuam sob influência de exterior e Caged

Ao final da sessão regular da BM&F, a taxa dos contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2013 marcava 7,38%, ante 7,41% do ajuste de sexta-feira

Bovespa: à tarde o mercado precificava, de forma majoritária, um corte de 0,50 ponto porcentual da Selic na reunião de agosto do Copom (Germano Lüders/EXAME)

Bovespa: à tarde o mercado precificava, de forma majoritária, um corte de 0,50 ponto porcentual da Selic na reunião de agosto do Copom (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2012 às 23h50.

São Paulo - A aversão ao risco que tomou conta do exterior desde cedo, com a Espanha e a Grécia no foco dos investidores, fez as taxas dos contratos futuros de DIs caírem em toda a curva a termo nesta segunda-feira. A percepção de que a crise europeia pode aprofundar o viés desinflacionário sobre o Brasil e limitar ainda mais o crescimento elevou as apostas na continuidade do ciclo de queda da Selic.

A redução do ritmo de criação de vagas com carteira assinada no País em junho, conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), contribuiu para a redução de prêmios, ofuscando o IPC-S da segunda prévia de julho, que acelerou ante o levantamento anterior.

Ao final da sessão regular da BM&F, a taxa dos contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2013 (182.365 contratos) marcava 7,38%, ante 7,41% do ajuste de sexta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2014 (202.760 contratos) estava em 7,68%, ante 7,75% do ajuste anterior. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (32.515 contratos) tinha taxa de 8,86%, ante 8,89%, e o DI para janeiro de 2021 (1.620 contratos) assinalava 9,48%, ante 9,52%.

À tarde o mercado precificava, de forma majoritária, um corte de 0,50 ponto porcentual da Selic na reunião de agosto do Copom. No caso do encontro de outubro, as apostas seguiam divididas entre a manutenção e um corte adicional de 0,25 ponto, sendo que o posicionamento neste último caso aumentou. Economista ouvido pela Agência Estado estimou que, considerando apenas duas possibilidades para outubro - manutenção da Selic ou corte adicional de 0,25 ponto -, a curva mostrava hoje, respectivamente, 40% de chances e 60% de probabilidade.


O movimento baixista foi puxado pela Espanha, após notícias de que, além de Valência, outras seis regiões estão perto de solicitar ajuda do governo central do país. Além disso, o Banco da Espanha (o banco central do país) estimou em relatório que o Produto Interno Bruto (PIB) espanhol recuou 0,4% no segundo trimestre do ano, na margem, e caiu 1,0% ante o mesmo período do ano passado.

Já a revista alemã Der Spiegel divulgou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) pode não participar mais da ajuda financeira à Grécia, o que pode deixar o país sem dinheiro em setembro. A notícia foi desmentida nesta segunda-feira pelo próprio FMI, mas aumentou o suspense antes da visita da equipe da troica (FMI, União Europeia e Banco Central Europeu) ao país, a partir de amanhã.

"As notícias que saíram no fim de semana, de que o FMI não iria mais promover ajuda para a Grécia, acabaram pesando, assim como a situação da Espanha", citou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil. "O Caged também reforçou o cenário de desaquecimento do mercado de trabalho, com uma economia com crescimento mais moderado."

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, foram criadas em junho 120.440 vagas com carteira assinada - o pior resultado para o mês desde 2009 e 44% menor que o de junho do ano passado.

Estes fatores ofuscaram a segunda prévia do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), que subiu 0,28%, ante 0,22% do levantamento anterior. Também ficou em segundo plano o relatório Focus, que trouxe leve alteração na projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2012, de 4,87% para 4,92%.

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