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Hollande pede aos franceses 'esforço justo' contra a crise

Presidente francês pediu a compatriotas um 'esforço justo' para que o país reencontre o rumo de crescimento

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2012 às 12h04.

Paris - O presidente da França, François Hollande, pediu neste sábado a seus compatriotas um 'esforço justo' para que o país reencontre o rumo de crescimento em meio ao desafio da crise econômica.

Em entrevista concedida após participar da festa nacional francesa e de seu primeiro desfile militar como governante, Hollande também se pronunciou oficialmente pela primeira vez na televisão desde que chegou ao poder, há dois meses. E o fez com ênfase especial na luta contra o desemprego, que citou como uma prioridade de seus cinco anos de mandato, mas acrescentou que a França deve se dedicar ao mesmo tempo em recuperar a competitividade de sua economia.

'É preciso fazer um esforço, e tem que ser justo', explicou Hollande, que destacou que o déficit comercial da França chega a 70 bilhões de euros, por isso destacou a necessidade de o país recuperar a capacidade de competir com outros.

O presidente falou sobre a herança recebida do governo anterior, de Nicolas Sarkozy, de que a dívida da França chega a 90% de sua riqueza, o que obrigará cortes de despesas, mas evitou pronunciar a palavra 'rigor' ou se referir a uma política de austeridade.

'Não excluo nenhum recurso de ganho de receitas', disse o presidente, que traçou as linhas que deverão ser respeitadas nos cortes e que protegerão os que estão destinados a financiar as políticas educativas, de justiça e segurança.

'Trata-se de restabelecer as contas públicas', explicou o presidente, que lembrou que será necessário encontrar a maneira de enxugar em 33 bilhões de euros as contas de 2013, mas mostrou confiança em cumprir a tarefa.

Hollande reiterou que a classe média não suportará sozinha o 'esforço justo' pedido aos franceses, e lembrou seu compromisso na campanha presidencial de fazer com que os que têm mais paguem mais.

Neste sentido, ele apelou ao 'dever de solidariedade' representado pelo imposto sobre riquezas, um recurso que qualificou como um 'dever de patriotismo'.

Em uma semana na qual os franceses descobriram o lado obscuro da crise econômica, traduzido nas 8 mil demissões anunciadas pela PSA Peugeot Citroën, o presidente não hesitou em rejeitar o plano apresentado pela empresa.

Ele apontou que a direção do grupo automobilístico havia negado que tivesse a intenção de aplicar tais cortes de pessoal, e vinculou o anúncio ocorrido agora, depois das eleições, com uma opção de não prejudicar os interesses de Sarkozy, que concorria à reeleição.

'Acho que houve uma mentira', acusou Hollande, que disse que o plano será renegociado, para tentar evitar as demissões, mas não deu mais detalhes.

Sobre assuntos europeus, ao ser questionado a respeito de sua relação com a chanceler alemã, Angela Merkel, Hollande recusou a criação de rótulos como 'Merkhollande', criado para definir a suposta existência de uma dupla direção da política da União Europeia (UE).

O presidente francês também confirmou que ambos têm ideias diferentes, mas defendeu que foi por sua intervenção pessoal no Conselho Europeu realizado em Bruxelas que a UE adotou um plano de estímulo do crescimento que cumpre as medidas de rigor impulsionadas por Berlim.

Hollande também ouviu perguntas sobre temas pessoais, especificamente pelo escândalo criado por uma postagem no Twitter feita em plena campanha de eleições legislativas, em junho, por sua companheira, Valérie Trierweiler, apoiando publicamente um rival da ex-mulher do presidente, Ségolène Royal.

'Considero que os assuntos particulares devem ser conversados em particular', limitou-se a dizer o político. EFE

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