Tarifaço EUA: presidentes de empresas se posicionam sobre tarifa de 50% de Donald Trump

Veio antes do dia 1º de agosto. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira, 30, um decreto executivo que oficializa a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.

Pesquisa recente conduzida pela Amcham, de 24 a 30 de julho, revela que mais da metade das empresas exportadoras no Brasil estimam que o aumento tarifário poderá resultar na interrupção total ou acentuada (superior a 50%) das vendas para os Estados Unidos.

Para Abrão Neto, CEO da Amcham (Câmara Americana de Comércio), a tarifa de Trump pode resultar na perda de mais de 3,2 milhões de empregos no país, afetando diretamente diversos setores essenciais da economia nacional, impactando cerca de 10 mil empresas brasileiras.

Entre diferentes companhias que poderão ser impactadas, está a Ecosmetics, empresa brasileira de cosméticos com presença em 74 países. Após oito anos com operação nos Estados Unidos, a companhia pode ser obrigada a encerrar suas operações em Miami, segundo o CEO Edson Borgo.

Atualmente, o mercado americano representa de 8% a 12% do faturamento da Ecosmetics com exportações da companhia. A operação conta com um centro de distribuição de 1.200 m² na Flórida, com 12 funcionários. Agora, esse modelo está em xeque.

Nesta quarta-feira, além da tarifa de 50%, Trump anunciou em seguida uma lista com mais de 300 produtos que serão isentos da taxa de 50% - mas o café ficou fora.

Esse é o setor que move a economia da Contegran, empresa de comércio atacadista de café brasileiro. Segundo o fundador e presidente, Renan Lippaus, a taxa de 50% de Trump sobre o café não trará impactos neste momento para a companhia, mas certamente em um futuro breve.

"Hoje todo nosso café vai para Europa, Oriente Médio e Ásia, mas tarifas impostas pelo governo americano pode trazer impactos negativos para o nosso mercado, visto que empresas terão que direcionar vendas para países que são nossos clientes", diz Lippaus.