22 de julho de 2025 às 14:13
Nos últimos tempos, a ideia de empresários e CEOs se orgulharem de viver com apenas três horas de sono e doses de medicamentos se tornou obsoleta. Peter Barsoom, CEO e fundador da marca de produtos a base de cannabis 1906, já foi um desses executivos no passado.
Durante os 20 anos em que atuou no setor financeiro, o empresário costumava dormir depois da meia-noite, acordar às 4h30, e realizar atividades como ciclismo ou natação antes de chegar ao trabalho às 7h30.
"Dormir era algo que você fazia quando se aposentava. Mas, minha perspectiva sobre isso evoluiu completamente", disse. Agora, ele garante que dorme entre seis e oito horas por noite, e recorre ao aplicativo Calm para ouvir histórias de sono.
No entanto, Barsoom não está sozinho nesse processo de mudança. O mercado global de sono já ultrapassa os US$ 500 bilhões, com consumidores investindo em diversos produtos, como anéis inteligentes, máscaras de dormir e colchões de até US$ 20.000.
Com a ascensão de tecnologias do sono e a tendência de "sleepmaxxing" — que se refere à busca pela otimização da qualidade do sono por meio de diversas práticas e produtos —, o descanso tornou-se uma prioridade de bem-estar e um símbolo de status, especialmente entre executivos.
Daniel Ramsey, CEO da companhia MyOutDesk, que oferece soluções de recrutamento virtual, já foi atraído pela romantização da "correria", uma mentalidade que costumava dominar Wall Street.
Nesse pensamento, a ideia era que o sucesso só poderia ser alcançado sacrificando o descanso, como exemplificado por Jack Dorsey, cofundador do Twitter, que supostamente dormia apenas quatro horas por noite, e Elon Musk, que já afirmou ter dormido em seu escritório.
Embora as demandas profissionais continuem altas, Ramsey, agora com 47 anos, monitora o seu sono e dedica-se a desconectar a mente à noite.
Arianna Huffington, CEO da Thrive, uma empresa focada em soluções digitais para a saúde mental, descreve seu ritual noturno como "sagrado". Ela opta por deixar o celular fora do quarto, beber chá de camomila ou lavanda e ler um livro.
Tom Pickett, CEO da Headspace, plataforma de saúde mental, também monitora o sono, vendo isso como uma forma de preparar o corpo e a mente para os desafios do dia seguinte.
Até Jeff Bezos, fundador da Amazon, já defendeu os benefícios de uma boa noite de sono. "Durmo 8 horas, priorizo isso... Penso melhor. Tenho mais energia", afirmou em um evento. “Como executivo, o que se espera de você são decisões de qualidade.”
O mercado global do sono está avaliado em mais de US$ 500 bilhões, e as estimativas indicam que o segmento de produtos auxiliares para o sono deverá superar os US$ 150 bilhões até 2034
De acordo com um levantamento da Global Wellness Institute, o setor também tem sido impactado pelo crescimento do turismo do sono e da inteligência artificial aplicada ao bem-estar.