5 de agosto de 2025 às 15:14
A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocorreu após ele descumprir, pela segunda vez, a medida cautelar que o impedia de utilizar as redes sociais, segundo decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes publicada nesta segunda-feira, 4.
O magistrado afirmou que o ex-presidente utilizou as redes sociais de aliados, incluindo seus três filhos parlamentares, para divulgar mensagens com "claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira
Para Moraes, mesmo sem utilizar diretamente seus perfis, o ex-presidente contornou de maneira intencional a restrição que lhe havia sido imposta para a "manutenção da prática de atividades criminosas, com a instrumentalização de entrevistas ou discursos públicos"
No último domingo, apoiadores do ex-presidente realizaram manifestações em algumas capitais brasileiras. Bolsonaro participou por vídeo do evento do Rio de Janeiro e teve vídeo publicado nas redes sociais de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, assistindo os manifestantes.
Moraes cita que a participação "dissimulada" de Bolsonaro nas manifestações ocorreu em alguns momentos, como quando o deputado federal Nikolas Ferreira exibiu a foto de Bolsonaro e disse que o "STF não manda no Brasil".
Na primeira operação contra Bolsonaro, em 18 de julho, o ministro proibiu a utilização de redes sociais de forma direta ou indiretamente. Além de determinar a prisão de Bolsonaro, Moraes autorizou uma busca e apreensão na casa do ex-presidente. A PF apreendeu o celular
Em um trecho da decisão, Moraes enfatiza, em letras maiúsculas, que a Justiça é cega, mas não é tola. E que não será permitido que um réu fique em pune por ter "poder político e econômico".