Tecnologia

Zika também afeta células cerebrais de adultos, diz estudo

De acordo com o estudo ainda não foi confirmado se a morte dessas células tem algum efeito de curto ou longo prazo nos animais adultos


	Zika: a crescente incidência da Síndrome de Guillain-Barré ligada à zika tem levantado suspeitas de que o vírus produza impactos negativos no cérebro adulto
 (Marvin Recinos / AFP)

Zika: a crescente incidência da Síndrome de Guillain-Barré ligada à zika tem levantado suspeitas de que o vírus produza impactos negativos no cérebro adulto (Marvin Recinos / AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2016 às 15h32.

São Paulo - Uma nova pesquisa realizada por cientistas norte-americanos revela que a infecção por zika mata células-tronco neurais em camundongos adultos.

De acordo com a pesquisa, publicada nesta quinta-feira, 18, na revista científica "Cell", ainda não foi estudado se a morte dessas células tem algum efeito de curto ou longo prazo nos animais adultos.

Os fetos têm quantidade muito maior das células que dão origem aos neurônios e já foi provado que o vírus zika as destrói, causando microcefalia e outras más-formações.

Em adultos, em menor quantidade, essas células são fundamentais para a memória e para o aprendizado.

A pesquisa foi feita por pesquisadores da Universidade Rockefeller e do Instituto La Jolla de Alergia e Imunologia, ambos nos Estados Unidos.

Segundo eles, a maior parte dos adultos humanos não apresenta sintomas quando são infectados por zika, exceto febre e vermelhidão na pele.

No entanto, a crescente incidência da Síndrome de Guillain-Barré ligada à zika tem levantado suspeitas de que o vírus produza impactos negativos no cérebro adulto.

"Nós queríamos saber se o zika tem mais efeitos em neurônios em formação do que em qualquer outra parte do cérebro adulto. Descobrimos que há algo especial nessas células que permite que o vírus entre nelas e afete sua proliferação", declarou um dos autores da pesquisa, Joseph Gleeson, da Universidade Rockefeller.

"Esse é o primeiro estudo a investigar o efeito da infecção por zika no cérebro adulto. Com base nas nossas descobertas, ser infectado pelo vírus pode não ser tão inócuo para os adultos como se pensava."

Gleeson teve a colaboração da infectologista Sujan Shresta, do Instituto La Jolla, que criou modelos de camundongos para estudar a ação do zika, "desligando" as moléculas antivirais que naturalmente ajudam os roedores a resistir à infecção. Os cientistas então injetaram uma linhagem atual do vírus na corrente sanguínea dos animais.

Três dias depois, segundo o estudo, os camundongos adultos foram analisados e os pesquisadores usaram anticorpos para identificar a presença do zika. Os cientistas descobriram que as partículas do vírus estavam cercando as células-tronco neurais. Nos seus cérebros, a proliferação dos neurônios em formação havia caído de quatro a 10 vezes.

"A formação dos neurônios em adultos está ligada ao aprendizado e à memória. Nós não sabemos o que isso significa em termos de doenças humanas, ou se os comportamentos cognitivos dos indivíduos podem sofrer impacto depois da infecção", afirmou Shresta.

Acompanhe tudo sobre:DoençasMicrocefaliaZika

Mais de Tecnologia

Dois anos depois, Meta mantém vivos ideais do antigo Twitter com Threads integrado ao Fediverse

Startup de US$ 12 bilhões de Mira Murati, ex-OpenAI, tem investimentos da Nvidia e Jane Street

BYD lidera vendas na China com mais de 2,1 milhões de carros no 1º semestre de 2025

Em queda na China, demanda de países emergentes impulsiona alta de 1,5% nas vendas de iPhones