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Por que o iPhone 17 virou um bom problema para a Apple — e pode melhorar

Apple supera expectativas de vendas com o iPhone 17, mas enfrenta desafios de fornecimento e problemas na China

Tim Cook: CEO prevê que vendas dos iPhones deve aumentar no fim do ano (Leandro Fonseca/Exame)

Tim Cook: CEO prevê que vendas dos iPhones deve aumentar no fim do ano (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 30 de outubro de 2025 às 18h56.

A Apple (AAPL) anunciou nesta quinta-feira, 30, que as vendas do iPhone no trimestre de setembro, mês de lançamento dos novos modelos, atingiram um recorde.

E, para a temporada de festas de final do ano, a previsão é ainda mais otimista: o CEO Tim Cook projeta um crescimento de receita de 10 a 12% e um aumento de dois dígitos nas vendas do iPhone, apesar dos desafios de fornecimento.

O lançamento da família iPhone 17 foi um dos maiores destaques da Apple em 2025, conseguindo ofuscar, em partes, as dificuldades da empresa em avançar em inteligência artificial (IA).

Composta pelos modelos iPhone 17, iPhone 17 Pro, iPhone 17 Pro Max e iPhone Air, a linha trouxe melhorias significativas em design e capacidades de câmera, além de novos recursos de software.

Produção vs. demanda

Os bons resultados não vieram sem desafios.

No último trimestre, o maior desafio da Apple foi atender à forte demanda pelo iPhone 17.

Embora a receita do iPhone tenha atingido US$ 49,03 bilhões no quarto trimestre fiscal de 2025, o número ficou ligeiramente abaixo das expectativas de Wall Street, que previam US$ 49,3 bilhões. Apesar disso, as ações da empresa subiam 4,64% no pós-mercado, às 18h13, no horário de Brasília.

O desempenho foi parcialmente impactado pelas dificuldades de produção e pela falta de estoque de modelos-chave, como o iPhone 17 Pro Max, que teve uma demanda muito alta logo após o lançamento.

Nos Estados Unidos, segundo apuração da EXAME, diversas lojas em cidades com grande fluxo de turistas, como Miami, registraram a versão mais cara do iPhone 17 esgotada em todo o território no início deste mês.

"Estamos enfrentando restrições de fornecimento em vários modelos do iPhone 17. Estamos atendendo aos pedidos o mais rápido possível, mas é um bom problema de se ter", disse Cook em entrevista à Reuters.

iPhone 17

iPhone 17: linha está fazendo sucesso e ajudando lucros da Apple (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)

Problemas na China

Apesar do bom desempenho global, a Apple enfrentou dificuldades na China, uma das suas regiões de maior relevância.

As vendas na região ficaram abaixo das expectativas, com a Apple gerando US$ 14,49 bilhões, enquanto os analistas haviam previsto US$ 16,43 bilhões.

A razão principal para esse declínio foi o atraso no lançamento do iPhone Air na China, que só chegou ao mercado local em outubro devido a questões regulatórias relacionadas ao e-SIM, uma das novidades do modelo.

Apesar disso, Cook se mostrou otimista quanto ao futuro da Apple na China.

Ele destacou à Reuters que, mesmo com a desaceleração temporária, "a resposta aos novos modelos foi muito positiva" e que a empresa espera recuperar o crescimento nas vendas da região nos próximos meses.

Cook também mencionou que a empresa trabalha ativamente para resolver as questões de fornecimento e distribuição, para atender à demanda crescente.

Hora de atualizar no pós-pandemia

Segundo a Counterpoint Research, o iPhone 17 já superou a versão anterior, o iPhone 16, em 14% nas vendas durante os primeiros 10 dias de disponibilidade nos principais mercados, como os Estados Unidos e a China.

A pesquisa revelou também que o desempenho foi variado entre os diferentes modelos da linha. Na China, o iPhone 17 básico perfomou melhor, com um aumento de 31% nas vendas, superando o iPhone 16 no mesmo período.

Nos Estados Unidos, o modelo iPhone 17 Pro Max foi o mais procurado, apresentando uma demanda ainda maior que o iPhone 16 Pro Max.

A Counterpoint destacou que essa procura mais acelerada foi impulsionada pelo aumento dos subsídios das principais operadoras do país, como T-Mobile, Verizon e AT&T, que elevaram seus incentivos em cerca de US$ 100, tornando o modelo Pro Max mais acessível.

A pesquisa também apontou uma leve mudança na distribuição das vendas, com o iPhone 17 básico representando 22% das vendas, uma melhoria em relação aos 19% do iPhone 16.

Os modelos iPhone 17 Pro e Pro Max, por sua vez, continuaram a dominar as vendas, com 75%, mantendo-se praticamente estáveis em relação aos 76% registrados pela linha iPhone 16 Pro/Pro Max.

O novo iPhone Air, por outro lado, conquistou 3% das vendas, ligeiramente abaixo dos 4% do iPhone 16 Plus.

Ainda segundo a Counterpoint, uma parte significativa desse crescimento vem de consumidores que haviam comprado iPhones durante a pandemia de covid-19 e agora estão em seus ciclos naturais de atualização de dois a três anos.

Isso, segundo os analistas, marca o início de um "ciclo de adoção antecipada" para a Apple — o que pode indicar que os bons momentos do iPhone 17 podem ser apenas o começo de um período de bonança para a maçã.

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