Exibição do Galaxy S25 Edge: evento de lançamento global ocorreu na Coreia do Sul (Andrej Sokolow/Getty Images)
Repórter
Publicado em 13 de maio de 2025 às 13h27.
Última atualização em 13 de maio de 2025 às 13h44.
O lançamento do Galaxy S25 Edge, novo smartphone ultrafino da Samsung, marca um momento simbólico no mercado de tecnologia móvel em 2025: o design voltou ao centro da disputa. Em um setor onde quase todos os flagships entregam desempenho robusto, ótimas câmeras e inteligência artificial integrada, o que diferencia mesmo é a sensação — como o aparelho se sente na mão, como se destaca na mesa, como parece feito para durar.
A Samsung entendeu isso ao lançar um celular de 5,8 mm de espessura, com corpo de titânio, tela de 6,7" e câmera de 200MP, mas com menos bateria e sem lente teleobjetiva. Ele custa mais que o S25 Plus, mesmo oferecendo menos em alguns quesitos. Mas o que ele vende é outra coisa: estilo, leveza, uma ideia de futuro. No mercado brasileiro, onde a série Galaxy S tem boa penetração nas operadoras e no varejo, o modelo será visto como objeto de status — e também como provocação. Afinal, quanta funcionalidade você está disposto a abrir mão para ter um celular mais bonito e fino?
O Galaxy S25 Edge é só o primeiro de uma leva de aparelhos que deve seguir essa tendência de emagrecimento. A Apple prepara para o segundo semestre o iPhone 17 Air, que deve ter espessura ainda menor: 5,44 mm. Ambos chegam num momento em que o consumidor premium busca não apenas potência, mas diferenciação estética.
Essa “corrida pelo milímetro” não é só vaidade: ela representa desafios reais de engenharia. Baterias menores, menos espaço para sensores, mais exigência em resfriamento. Ainda assim, as marcas apostam que o consumidor topa abrir mão de algumas coisas se o celular tiver um “efeito uau”. No caso do Edge, esse efeito só aparece ao vivo. Nas fotos, ele parece mais um Galaxy comum.
Consumidora testa smartphones em loja da Samsung, na Coreia do Sul: o lançamento do Galaxy S25 Edge despertou curiosidade entre o público por seu corpo ultrafino e peso reduzido
Junto disso, todos os flagships de 2025 vêm equipados com camadas complexas de inteligência artificial. A Samsung aposta no Galaxy AI; a Apple, no Apple Intelligence; o Google, no Gemini Nano embarcado no Pixel 9 Pro. As aplicações vão além dos assistentes de voz: IA hoje edita fotos sozinha, resume páginas da internet, entende comandos vagos, transcreve reuniões e sugere ações com base no contexto.
É uma IA que deixa de ser “acessório” e passa a ser o próprio sistema operacional em ação. No Edge, por exemplo, a IA compensa a falta de zoom óptico com recursos avançados de upscaling. No iPhone 16 Pro Max, ajuda a gerenciar bateria, apps e tarefas em tempo real com base no comportamento do usuário. No Pixel 9 Pro, sugere até legendas para vídeos curtos com base no tom de voz e no cenário.
O movimento de “premiumização” dos smartphones também avança no Brasil, ainda que com particularidades. De acordo com a IDC Brasil, os celulares premium — acima de R$ 4.500 — já representam 18% do total de vendas no país, e a expectativa é que essa fatia chegue a 25% até o final de 2025. É um salto significativo para um mercado historicamente mais sensível a preço.
Esse avanço é impulsionado não apenas pela valorização do real frente ao dólar no início do ano, mas também por estratégias agressivas de financiamento. Operadoras como Vivo, Claro e TIM apostam em planos de fidelização que diluem o custo em até 24 vezes, enquanto o varejo digital adota programas de recompra e aluguel. A ascensão do cashback, o marketing centrado em exclusividade e os programas de upgrade também aproximaram o flagship da classe média alta.
A Samsung ainda lidera entre os Androids de alto padrão no Brasil, mas enfrenta crescente concorrência de Xiaomi e Motorola. A linha Edge 50 da Motorola se firmou como alternativa premium nacional com bom equilíbrio entre preço, câmera e experiência de uso. Já o Xiaomi 14 Ultra, com câmeras assinadas pela Leica, vem ganhando espaço no público entusiasta, mesmo com menor distribuição física.
Apple segue dominante no topo absoluto, com os modelos Pro e Pro Max — e, especialmente, com o 15 Pro Max, que liderou as vendas no segmento acima de R$ 10 mil no país em 2024. A chegada do iPhone 16 Pro Max no final de 2024 e a expectativa pelo iPhone 17 Air alimentam a disputa com a Samsung.
Se antes os smartphones premium eram definidos por especificações brutas — processador, RAM, número de lentes —, em 2025 o conceito de flagship se amplia para incluir design, software inteligente e longevidade. A nova régua não mede apenas poder de fogo, mas a capacidade de um modelo se manter desejável e funcional por 5 ou até 7 anos.
Nesse novo cenário, a Samsung aposta no diferencial estético com o S25 Edge, a Apple dobra a aposta na IA com o Apple Intelligence, e Google e Xiaomi disputam a inteligência fotográfica com seus algoritmos. Já marcas como Motorola e Asus tentam equilibrar custo e inovação, mirando um nicho de usuários que buscam o máximo sem pagar mais de R$ 8.000.
O que se vê, portanto, é um mercado cada vez mais segmentado: menos aparelhos vendidos, mas com tickets médios maiores, marcas mais polarizadas e decisões de compra baseadas não apenas em especificações, mas em propósito e identidade de marca.
Se o mercado global caminha para a estabilização, como mostra a IDC ao projetar crescimento de 2,3% em 2025 (contra 6,1% no ano anterior), o mercado premium deve continuar puxando a fila.
Galaxy S25 Edge em balança digital: destaque para seu peso de 163g
Nesse sentido, a durabilidade do Edge pode mostrar um novo caminho. A bateria menor pode não ser um problema agora, mas há dúvidas se ela resistirá bem com o passar dos anos. Para quem compra para usar por muito tempo, isso pesa, e talvez mais do que o peso do smartphone no bolso.