El Capitan: supercomputador instalado na Califórnia
Redator
Publicado em 10 de junho de 2025 às 13h52.
Última atualização em 10 de junho de 2025 às 13h54.
Em um momento em que inteligência artificial, simulações científicas e segurança digital exigem cada vez mais poder computacional, a nova edição da lista TOP500, divulgada nesta terça, 10, mostra que os Estados Unidos continuam no topo do ranking dos supercomputadores mais rápidos do mundo.
O destaque é o El Capitan, um sistema instalado no Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, que alcançou desempenho de 1.742 exaFlops — unidade que mede trilhões de cálculos por segundo — e quebrou um recorde com 17,41 petaflops no benchmark HPCG, voltado para cargas mais próximas das aplicações reais. O El Capitan é equipado com processadores AMD de última geração e supera a marca do exascale, grupo de máquinas mais velozes do planeta.
No total, EUA, Europa e Ásia concentram 97% dos supercomputadores mais poderosos do mundo, segundo o ranking TOP500 de 2025.No segundo e terceiro lugar do pódio também aparecem sistemas norte-americanos: o Frontier, do laboratório Oak Ridge, e o Aurora, desenvolvido pela Intel e HPE para o centro de pesquisa Argonne. Juntos, os três consolidam a liderança dos Estados Unidos em uma área estratégica para ciência, indústria e defesa.
Mas o avanço europeu é notável. A região colocou cinco máquinas entre os dez primeiros do mundo — destaque para o JUPITER Booster, da Alemanha, que aparece em 4º lugar como o primeiro supercomputador europeu da era exascale. Instalado no Forschungszentrum Jülich, ele entrega 793,4 petaflops e é também o único novato da edição.
Além dele, completam o top 10 máquinas da França, Itália, Finlândia, Suíça e do Japão. O Eagle, da Microsoft Azure, é a única máquina da lista mantida por uma empresa de nuvem.
Apesar de sua força bruta, o El Capitan não lidera em eficiência energética. Neste quesito, o topo do ranking é ocupado por outro europeu: o JUPITER também aparece em 1º lugar na lista GREEN500, com 72,73 gigaflops por watt — medida que relaciona desempenho com consumo de energia.
Na prática, isso significa que a Alemanha não só acelera, como consome menos energia por cálculo realizado.Os franceses ROMEO-2025 e Adastra 2 vêm logo atrás. O El Capitan aparece apenas na 26ª colocação em eficiência, refletindo o desafio de equilibrar potência com sustentabilidade.
O ranking também mostra um cenário geopolítico em mudança. Embora já tenha liderado o número de máquinas na lista, a China caiu para apenas 46 sistemas reportados, reflexo de sua decisão de não divulgar dados técnicos nos últimos anos. Já os EUA lideram com 173 sistemas, seguidos por Alemanha (43), Japão (36) e França (22).
Em termos de componentes, os processadores da AMD e Intel dominam o mercado, e a Slingshot é a tecnologia de interconexão mais comum, responsável por conectar os milhões de núcleos que trabalham juntos dentro dessas máquinas.