Celular de Trump: inovação promete fabricação nos EUA (Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 17 de junho de 2025 às 08h37.
A Trump Organization anunciou com grande entusiasmo o lançamento de um novo celular, o T1 Phone, com preço inicial de US$ 499. O dispositivo promete competir diretamente com o iPhone 16 Pro Max, oferecendo uma tela de 6,8 polegadas, 12GB de RAM e uma câmera de 50 megapixels, em um design similar ao do iPhone. No entanto, a grande promessa do produto é que será “orgulhosamente fabricado nos Estados Unidos”. Mas será que isso é realmente viável?
A afirmação sobre a produção do T1 Phone nos EUA levanta sérias questões sobre a possibilidade de manter o preço competitivo. De acordo com especialistas em cadeia de suprimentos, seria necessário um investimento significativo e muitos anos para estabelecer as fábricas e a infraestrutura necessárias para produzir smartphones de alta qualidade nos Estados Unidos. E mesmo com esse investimento, os custos poderiam ser tão elevados que o preço do dispositivo seria muito superior ao da concorrência, como o iPhone.
Eric Trump, durante entrevista ao podcaster Benny Johnson, confirmou que, embora a produção inicial do T1 não ocorra nos EUA, o objetivo da Trump Organization é levar a fabricação para o país eventualmente. "Você pode fabricar esses celulares nos Estados Unidos. Eventualmente, todos os celulares podem ser fabricados aqui. Temos que trazer a manufatura de volta", disse o filho do presidente.
O primeiro lote de celulares será provavelmente fabricado na China, onde empresas como Xiaomi e Oppo têm a capacidade de produzir smartphones com especificações de alto nível a preços mais acessíveis, segundo o Wall Street Journal. A produção nos EUA, como está, seria quase impossível devido aos altos custos de mão-de-obra e infraestrutura.
O T1 Phone apresenta especificações que, em alguns aspectos, superam as do iPhone 16 Pro Max. Com uma tela AMOLED de 6,8 polegadas e uma taxa de atualização de 120Hz, o T1 competiria diretamente com os modelos mais caros da Apple, mas a um preço consideravelmente mais baixo. O celular também promete uma bateria de 5.000 mAh, maior que a do iPhone 16 Pro Max, e 12GB de RAM, superando os 8GB dos melhores modelos da Apple.
A câmera do T1 é outro destaque, segundo o jornal americano, com uma resolução de 50 megapixels, comparada aos 48 megapixels do iPhone. O aparelho também inclui um jack para fones de ouvido de 3,5 mm, tecnologia que a Apple abandonou em 2017, e um sensor de impressão digital sob a tela, uma característica presente em dispositivos Samsung, mas não nos iPhones.
No entanto, o principal desafio para a Trump Organization é a fabricação do dispositivo. “Não há absolutamente nenhuma chance de fabricar a tela, a memória, a bateria, tudo isso nos Estados Unidos”, afirmou Tinglong Dai, professor de operações e negócios na Johns Hopkins University, em entrevista ao WSJ. Dai estima que seriam necessários pelo menos cinco anos para os EUA desenvolverem a infraestrutura necessária para fabricar smartphones com as especificações anunciadas.
Enquanto a produção do aparelho nos Estados Unidos continua sendo um objetivo distante, o serviço sem fio Trump Mobile, associado ao celular, pode ser mais factível. A empresa planeja oferecer planos de telefonia móvel semelhantes aos modelos de operadoras virtuais, como o Mint Mobile, do ator Ryan Reynolds.