Entre os objetivos atuais está a redução de 42% das emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa (Leonardo Yorka/Exame)
Publicado em 26 de junho de 2025 às 06h00.
Na EcoRodovias, empresa de infraestrutura focada na gestão e operação de concessões rodoviárias, a sustentabilidade não é apenas um departamento isolado ou uma obrigação regulatória. “O ESG é transversal e permeia todo o negócio”, afirma Marcello Guidotti, CEO da companhia.
Suas concessões somam mais de 4.800 quilômetros de extensão de rodovias e abrangem oito estados brasileiros. Atualmente, o setor de transportes é o segundo mais poluente do Brasil, e o modal rodoviário é o mais utilizado. Um cenário que confere barreiras significativas para a descarbonização.
Numa jornada que ficou mais robusta em 2023, quando foram estabelecidas metas até 2030, hoje todos os colaboradores — das equipes à diretoria — têm compromissos socioambientais atrelados à remuneração. Batizada de “Vias da Sustentabilidade”, a agenda ESG da EcoRodovias se organiza em dez pilares que orientam cada decisão, do investimento aos projetos. A cada três meses, uma comissão se reúne para avaliar os resultados e direcionar recursos.
Com a Ecovias Leste Paulista, a companhia celebrou a primeira concessão rodoviária aterro zero do Brasil. “É um marco que prova como podemos operar de forma completamente sustentável”, celebra Guidotti.
Entre os objetivos atuais está a redução de 42% das emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa (escopos 1 e 2) e de 11% das emissões da cadeia de valor (escopo 3). Para as soluções de baixo carbono, foram realizados estudos de transição energética. As iniciativas positivas incluem ainda a substituição de gasolina por etanol nos veículos operacionais e eletrificação de guinchos e instalação de postos de recarga para veículos elétricos.
Os desafios são enormes. Mas, de acordo com Guidotti, o que “tira o sono” de quem administra rodovias são os acidentes. Com o objetivo de reduzir pela metade tanto as lesões não fatais entre colaboradores quanto os acidentes de trânsito, foi criado o “Segurança Sempre”. Tendo segurança como foco primordial, o programa age em três frentes: desenvolvimento humano, transformação comportamental e comunicação. Outro projeto-piloto, em curso na Ecovias Leste Paulista, tem usado inteligência artificial, análise de dados e machine learning para descobrir as causas mais frequentes de acidentes.
Na diversidade, a empresa espera alcançar, até 2030, 50% de mulheres na liderança e pelo menos 35% de líderes negros. E se tornou signatária do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça do Ministério das Mulheres.
Os últimos números que avaliam o comprometimento e a destacada atuação da EcoRodovias com as pautas ESG são o aumento de 11,9% nas horas de treinamento para colaboradores, expansão de usinas solares nas bases operacionais e a conclusão da implantação de internet 4G na Ecovias Araguaia — uma iniciativa pioneira que abrange 850 quilômetros.
Em 2024, ao completar 25 anos, a companhia de infraestrutura de mobilidade Motiva (ex-CCR) anunciou o “Ambição 2035”, plano de longo prazo com a meta de liderar o setor de mobilidade no país. A companhia ainda realizou um amplo mapeamento de riscos climáticos, passando a considerá-los na gestão dos ativos no dia a dia e na elaboração de planos de mitigação para suas operações. No período, protagonizou a primeira compra de créditos de carbono registrada na futura plataforma da B3, adquirindo 67.000 toneladas para a preservação no Legado das Águas (SP).
Liderou a criação da Coalizão para Descarbonização dos Transportes, com mais de 50 organizações brasileiras, em prol da economia de baixo carbono. Atualmente, reutiliza 36% do fresado asfáltico nas rodovias e opera 92,4% da frota leve com biocombustível. A diversidade avançou com 36,4% de mulheres em liderança e 50,2% de colaboradores não brancos. Por meio do Instituto CCR, investiu o recorde de 70 milhões de reais em projetos sociais, com compromisso de 750 milhões de reais.
Na Localiza, locadora de veículos, as prioridades na agenda ESG em 2024 foram a economia de baixo carbono e o uso eficiente de recursos. A empresa de aluguel de carros e gestão de frotas reduziu 13% da intensidade de emissões por frota no comparativo com 2022, utilizou 25 milhões de litros de etanol, que emite até 90% menos gases de efeito estufa que a gasolina, e compensou mais de 295.000 toneladas de CO2. Também contabilizou uma economia de mais de 86 milhões de litros de água por meio da higienização a seco dos veículos para preservação hidríca.
Pelo terceiro ano consecutivo, operou com 100% de energia renovável, expandindo práticas sustentáveis de gestão de resíduos. Na agenda social, destinou 12,8 milhões de reais em investimentos, incluindo 8,2 milhões de reais em doações diretas (alta de 28% ante 2023). Por meio do Instituto Localiza, capacitou cerca de 25.000 pessoas em formação técnica e direcionou 2,18 milhões de reais para ações humanitárias no Rio Grande do Sul após as enchentes históricas.